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PAÍS

Na Central Hidroeléctrica de Salamonde II - Mais Dois Operários Vítimas da EDP

29-08-2014-salamonde ii 01Mais uma vez a EDP é responsável por provocar dois feridos graves entre os operários ao seu serviço em obras de que é dona.

Agora, foi nas obras de construção da nova central hidroeléctrica para reforço de potência Salamonde II, junto à barragem de Salamonde no rio Cávado (distrito de Braga, concelho de Vieira do Minho), num investimento de mais de 200 milhões de euros.

A obra tem como empreiteiro o consórcio Teixeira Duarte/EPOS /Seth e envolve mais de 400 trabalhadores.

Ontem, cerca das 11H00, o operário Luís Gonçalves, de 23 anos, manobrador da Teixeira Duarte, e um outro operário dinamitista da EPOS, Manuel Augusto Botelho, de 58 anos de idade – tinha acabado de saber do deferimento do pedido de reforma - , foram gravemente feridos numa explosão, por falta de condições de segurança, quando se encontravam a preparar uma outra explosão em trabalhos de demolição de um muro de protecção de águas, edificado para alteração do canal de descarga.

O operário manobrador ficou com o tórax completamente esfacelado e o operário dinamitista sofreu lesões graves nas duas pernas, encontrando-se o primeiro ainda em perigo de vida.

Como nos foi referido no local, os acidentes nesta obra têm ocorrido com grande frequência, provocando dezenas de feridos graves e ligeiros - o último acidente tinha-se verificado há pouco mais de um mês e, num dos mais graves que ocorreu e foi silenciado, dois operários caíram de uma altura de nove metros.

Por outro lado, os trabalhadores desta obra têm estado sujeitos a ritmos de trabalho brutais, sendo forçados a fazer turnos de 12 horas seguidas e, nalguns desses turnos, ainda com prolongamentos.

A EDP tem de ser responsabilizada e os seus administradores severa e exemplarmente punidos pela prática de mais este crime, resultado de um continuado e sistemático desprezo pelas condições rigorosas de segurança no trabalho, cuja falta levou já ao homicídio de quatro operários na barragem da Foz do Tua e de três nas obras de reforço de potência da central da Venda Nova III, a decorrer junto à barragem da Venda Nova.

É que a EDP está, impunemente e com a total cobertura do governo de traição nacional Coelho/ Portas, a aplicar nas suas obras o regime de trabalho escravo que os novos mandarins chineses adoptam na China, usando os operários portugueses como carne para canhão da sua política de exploração desenfreada.

Embora as obras na frente de trabalho onde ocorreu o acidente tenham sido interrompidas, o PCTP exige a suspensão imediata de todas as obras da EDP até se acharem garantidas e executadas todas as medidas de segurança que ponham definitivamente termo à carnificina praticada por aquela empresa, bem como a imposição e respectivo controlo rigoroso dos horários de trabalho previstos na lei, designadamente, com o escrupuloso respeito pelas horas de descanso e de refeição.

Mas, para além destas medidas, a Unidade Local de Braga da ACT deve tornar público imediatamente o auto contra-ordenacional que porventura tenha elaborado a respeito deste acidente e as diligências que efectuou para travar o ciclo infernal de homicídios e ofensas à integridade física praticados nas obras da EDP na bacia hidrográfica do Cávado.

(do nosso correspondente)

De acordo com informações gentilmente transmitidas pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho ao Luta Popular, o operário Luís Filipe Pereira Gonçalves vítima da EDP nas obras de Salamonde II, encontra-se internado no Hospital de Braga, para onde foi transferido depois da intervenção cirúrgica no Porto, mantendo-se em coma induzido.

Este operário é também bombeiro na secção de Ruivães daquela Corporação de Bombeiros.
Já quanto ao outro operário igualmente vítima no mesmo acidente, Manuel Botelho, natural e residente no Fundão, foi recentemente transferido para o Hospital da Covilhã, onde ficará a recuperar das lesões que sofreu nos membros inferiores.

Actualizado em 2 de Setembro às 12H00

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No seguimento da deslocação realizada ontem, dia 3 de Setembro, pelo camarada Aleixo ao Hospital da Covilhã, em representação do Luta Popular, para visitar o operário Manuel Botelho, publicamos de seguida a correspondência enviada à Redacção.

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