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Enfermeiros: Contra o aumento de trabalho, contra o roubo dos salários, contra os despedimentos!

Nestas páginas já demos voz a várias denuncias, queixas e reivindicações dos enfermeiros que lutam pelo seus direitos, pela dignificação da sua carreira, contra os despedimentos, contra a precariedade.

Mais uma denúncia vem comprovar esta grave situação no serviço nacional de saúde, tendo como pano de fundo os cortes sistemáticos neste sector. Os enfermeiros e auxiliares de acção médica acusam as direcções hospitalares e dos centros de saúde de os obrigarem a trabalhar nas folgas e a fazer horas a mais que, por vezes, traduzem-se em mais um turno de oito horas. O excesso no horário de trabalho está a levar os trabalhadores à exaustão e a um aumento de faltas, havendo mesmo o receio de que o aumento da carga horária venha a comprometer a qualidade dos serviços de saúde a prestar.

Um exemplo gritante é o que se passa no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde, trabalhadores que pediram o anonimato, afirmaram que não recebem compensação por trabalhar nas folgas. "Não nos pagam e não podemos gozar essas horas, pois as chefias dizem-nos sempre que somos necessários ao serviço". Estes trabalhadores acrescentaram ainda que fizeram chegar uma carta anónima à administração a denunciar o caso.

A dirigente Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), adiantou que o problema não se põe só naquela unidade, mas "acontece em todo o lado". "Na Urgência do Hospital de São José, os enfermeiros estão à espera de receber seis mil horas feitas e não compensadas em mais um dia de folga".

Segundo a mesma dirigente do SEP, na Unidade Local de Saúde do Nordeste (hospitais de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela) os enfermeiros estão a trabalhar mais de 150 por cento para colmatar a falta de profissionais, considerando esta situação insustentável.

Relembremos, por exemplo, que no Hospital Curry Cabral foram despedidos enfermeiros com contrato a prazo, no passado mês de Junho, cuja permanência era considerada vital para o funcionamento da unidade de saúde. Esta situação passa-se um pouco por todo o país, principalmente nos centros de saúde.

Este aumento brutal de trabalho, como bem afirmou Guadalupe Simões numa entrevista concedida recentemente ao nosso jornal, demonstra que “é facilmente perceptível que a profissão de enfermagem, pela sua natureza, é de risco e penosidade e não se compagina com o aumento do horário de trabalho. Um exemplo flagrante destes riscos está bem exemplificado com o facto da esperança de vida das mulheres, em Portugal ser de 82,2 anos, sendo que a maioria das enfermeiras não chegará aos 65 anos de idade”.

Esta situação só pode ser combatida tendo em conta que os trabalhadores profissionais deste primacial sector e seus utentes terão de juntar esforços para derrubar este governo vende-pátrias e impor um governo democrático patriótico porque, só assim, um Serviço público de saúde, assente na prevenção e que seja de facto geral, universal e gratuito, será uma realidade. Em suma termos direito a uma saúde de qualidade e PARA TODOS!


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