PAÍS
António Costa: Poluição ou Demagogia?
- Publicado em 05.02.2015
António Costa e a sua pandilha decretaram que os automóveis com matrículas anteriores a 2000 não podem circular nos dias úteis no centro de Lisboa, entre as 7H00 e as 21H00.
Apresentando-a como uma medida amiga do ambiente, esta é a suposta solução que o Costa encontrou para tirar do centro da capital os carros daqueles que têm menos poder económico, sem que, em algum momento, lhe tivesse passado pela brilhante mente a reviravolta que tal medida poderia provocar no quotidiano de um grande número de cidadãos. Costa esqueceu-se de que não existem parques de estacionamento nas entradas de Lisboa, onde TODOS possam estacionar os carros a preços comportáveis; Costa esqueceu-se que Lisboa não tem uma rede de transportes públicos que permita deslocações rápidas para o centro da cidade; Costa não estudou a questão e de uma penada resolveu o problema da poluição no centro de Lisboa!
Costa com esta medida discriminatória mostra, mais uma vez, que é um homem sem soluções para a, cada vez mais esburacada, cidade de Lisboa, e muito menos para o país. Aliás, recordemos o que se passou com as cheias do passado ano, quando o centro de Lisboa ficou debaixo de água: António Costa, sem qualquer solução, disse chocarreiramente que “não se pode lutar contra o S. Pedro”.
Mas voltando à medida demagógica da proibição de circulação de carros anteriores a 2000, esta não convenceu os automobilistas e levou-os a levantarem-se em protesto no passado Domingo, numa marcha lenta em que participou um elevado número de viaturas.
Tiago Nunes, organizador do protesto de Domingo, traduziu assim a sua revolta por esta medida: “A Câmara excedeu tudo aquilo que é razoável na discriminação das pessoas, com base na sua capacidade económica de poderem ou de não poderem ter um carro mais recente. Estamos a falar de carros anteriores a 2000, que constituem uma parte muito significativa do parque automóvel português”.
Esta medida, completamente anti-popular, vai levar, para além de outras consequências, também ao fecho de inúmeras pequenas oficinas-auto que se situam em Lisboa, afectando igualmente comerciantes e distribuidores de mercadorias.
O Costa é mesmo mais papista que o papa, passando por cima do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT, I.P.), pois as viaturas que passam nas inspecções periódicas estão autorizadas a circular por todo o país, incluindo a cidade de Lisboa.
Enfim, Costa nunca teve uma política para a cidade!
Tudo isto vem provar que o PCTP/MRPP tinha razão, ao denunciar nas últimas eleições autárquicas a ausência de uma rede de transportes públicos eficiente, que serviria em pleno as necessidades de transporte e retiraria a maior parte dos carros do centro da cidade de Lisboa.
Não existindo esta política de transportes, o povo é obrigado, para conseguir chegar aos seus locais de trabalho ou para resolver situações urgentes e graves, a trazer os seus carros “velhos” que o Costa quer, agora proibir de entrar, perseguindo-os com a multa, caso arrisquem e não acatem tal proibição, provando–se, assim, que a C.M.L. já só consegue subsistir com o malfadado sistema de multas e de taxas que, como já se demonstrou não são taxas .
Estamos a ver o Costa à frente da Câmara, agora imaginem se este gajo um dia chega a primeiro-ministro…