PAÍS
Câmara Municipal de Lisboa: Os trabalhadores prosseguem a luta contra a sua transferência para as Juntas de Freguesia
- Publicado em 23.01.2014
Tal como se esperava, o acordo para a transferência de competências para as juntas de freguesia consumou-se, situação que abrangeu as juntas controladas pelo PS (17) e uma de um grupo dito de independentes. Seis das 24 juntas, cinco do PSD e uma do PCP, disseram não a este acordo, o qual envolveu, na respectiva assinatura, um sindicato da UGT, o SINTAP.
Nada que não fosse expectável: António Costa e a sua camarilha tudo fizeram para impor esse acordo contra a vontade maioritariamente expressa pelos trabalhadores, os quais ficarão gravemente prejudicados em direitos, remuneração e condições de trabalho se tal desígnio se concretizar. As juntas de freguesia controladas pelo PSD, vendo a determinação firme dos trabalhadores demonstrada na luta que têm travado (como ficou bem patente na última terça-feira na sessão da Assembleia Municipal), recuaram em boa ordem, numa manobra para tentar capitalizar o descontentamento desses mesmos trabalhadores, que perante os cantos de sereia destes oportunistas, terão de continuar a responder com firmeza como até agora.
Como terão também de ser firmes contra outros cantos de sereia, desta vez vindos da parte de certos sindicatos que aceitam a mobilidade dos seus associados, “desde que se mantenham vinculados” à autarquia, cedência rasteira que importa denunciar, porquanto, aceitando esta condição nada garante que os trabalhadores continuem com os vínculos assegurados e que não haja uma substancial perda de rendimentos, um factor a ter em conta quando a maioria dos trabalhadores recebe pouco mais do que o salário mínimo.
A luta tem pois de continuar como até agora. Os trabalhadores terão de estar conscientes de que este combate é duro, mas que pode ser vitorioso, desde que não haja cedências e que a firmeza de princípios se mantenha. Ao mesmo tempo. os moradores da cidade de Lisboa têm de tomar consciência de que esta luta é também sua, porque o objectivo do presidente da Câmara Municipal de Lisboa e da sua vereação não se diferencia da do governo Coelho/Portas, objectivo que se traduz na privatização da maior parte dos serviços e dos activos da autarquia e na degradação da qualidade de vida dos munícipes.