PAÍS

Amarsul: Trabalhadores em luta contra a privatização

Os trabalhadores da Amarsul (Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Sa) estiveram em greve nos passados dia 30 de Abril e 2 de Maio contra a privatização da EGF (Empresa Geral do Fomento), que possui a maioria do capital na Amarsul, na Valorsul e em mais nove empresas do universo da Águas de Portugal.

Esta importante greve dos trabalhadores da Amarsul foi convocada pelos sindicatos Site Sul e Stal, e abrangeu a recolha e o tratamento e a valorização de resíduos sólidos nos concelhos do Seixal, Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal, onde, em consequência desta paralisação, se viu bastante lixo acumulado nas ruas. Tanto no dia 30 de Abril como no dia 2 de Maio, a greve na Amarsul atingiu um elevado nível de adesão, entre os 90% e 95% de grevistas.

No primeiro destes dois dias da greve, o governo deslocou para as instalações da empresa uma forte e provocatória brigada da GNR, que, no entanto, não logrou intimidar os piquetes de greve que conseguiram fazer recuar alguns camiões de recolha de lixo. Refira-se ainda que, no segundo dia de greve, dia 2 de Maio, a estação de Setúbal não chegou a abrir, resultando daí a ausência de qualquer movimento nos aterros de Seixal e Palmela.

A exemplo da recente luta na Valorsul, estes trabalhadores erguem-se contra a privatização, contra os roubos nos salários, contra a perspectiva de despedimentos, pela contratação colectiva e o cumprimento dos Acordos de Empresa.

Os trabalhadores da Amarsul têm ainda alertado as famílias abrangidas pela recolha e tratamento de lixos para o facto de a privatização da EGF provocar inevitáveis aumentos de preços e de taxas, elevando assim a factura da água e de saneamento, para além de ser mais do que provável a degradação do serviço e do ambiente.

A Amarsul é uma empresa que emprega actualmente mais de 200 trabalhadores, e tem apresentado lucros consideráveis que deveriam ser reinvestidos em benefício da região e das suas populações.

Está já marcada uma nova reunião dos sindicatos na próxima quinta-feira, dia 8 de Maio, para decidir sobre novas formas de luta..

Viva a luta dos trabalhadores da Amarsul!