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PAÍS

A greve nacional dos médicos, que balanço ?

Mário Jorge Neves - dirigente sindical médicoA adesão da enorme maioria dos médicos portugueses à greve de 8 e 9/7, constituiu mais uma acção enérgica de defesa das suas Carreiras, da sua dignidade profissional e do SNS.

Em certos momentos da vida da sociedade há certos conflitos em áreas sociais mais sensíveis no plano humano que extravasam muito o contexto sócio-profissional para se fundirem com interesses vitais dos cidadãos e do próprio progresso civilizacional.

Já no final da década de 1950 deu-se no nosso país uma ampla confrontação entre a esmagadora maioria dos médicos e o regime fascista, tendo imposto medidas impensáveis uns meses antes.

Também nessa altura, a grande reivindicação dos médicos de então foi a de ser construído um SNS alicerçado numa carreira médica de qualidade para garantir o direito à vida a muitos portugueses sem condições para pagar os cuidados de saúde.

Há 2 anos houve também uma grande greve e uma grande concentração em frente ao Ministério da Saúde que obrigaram este ministro a ceder em múltiplos aspectos e a encetar um processo negocial.

O que é um facto muito claro é que este ministério e o governo do qual é parte indissociável, tudo têm feito para dissimuladamente destruir o SNS e o direito constitucional à saúde.

Ainda recentemente a insuspeita OCDE divulgou uma apreciação onde referia que os cortes na saúde em Portugal eram mais do dobro daquilo que a Troika tinha imposto.

Os médicos fizeram greve e sairam mais uma vez à rua para defenderem, naturalmente, os seus interesses mais elementares, mas também para defender um SNS de qualidade que assegure o acesso aos cuidados de saúde de todos os cidadãos, sem quaisquer discriminações, a começar pelas questões sócio-económicas.

O facto da credibilidade política e negocial desta equipa ministerial ter chegado ao fundo, perspectiva que o mais certo é voltarmos a assistir, a curto prazo, a nova agudização conflitual.

Continuaremos a ter a preocupação de assegurar o apoio dos cidadãos porque aquilo que, no fundo, está em jogo é o direito à saúde.

Assumiremos as nossas responsabilidades e não seremos cúmplices desta política de barbaridade social e humana.


Mário Jorge Neves - dirigente sindical médico


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