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Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio - Primeiro dia de greve dos enfermeiros com adesão total

2014-07-10-enfermeiros csas 01Os enfermeiros, na sua maioria jovens mulheres, do Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio completaram o seu primeiro dia de greve com uma adesão total e manifestando um forte espírito de unidade e firmeza.

Os jornalistas do Luta Popular, que estiveram no local logo no início da greve, puderam imediatamente constatar o apoio unânime manifestado aos enfermeiros em luta pelas dezenas de utentes que se encontravam no Centro de Saúde, para consultas e tratamentos, que, neste último caso, por motivo da greve não receberam.

O culpado é o Estado. O governo está a dar cabo de tudo. Andamos nós a pagar a formação dos enfermeiros para depois irem servir no estrangeiro, denunciava-nos, entre outros, a Senhora Emília Jorge.

Este Centro de Saúde chegou a dispor de trinta e dois enfermeiros, sendo que o número de utentes se manteve para os actuais quinze em serviço, distribuídos por treze extensões, no seguimento da extinção do serviço de enfermagem em Barosa, Carvide e Carreira. Na extensão de Monte Real, mantém-se apenas um enfermeiro dois dias por semana e, no da Azóia, o único enfermeiro que ainda resistia pediu a exoneração, por não ter suportado o ritmo de trabalho que lhe era imposto. A propósito deste caso, uma das enfermeiras com quem falávamos irrompeu, afirmando: A continuar assim, terei de fazer o mesmo!; no que foi apoiada por outros Colegas.

Recusando-se o ministério da saúde a contratar mais profissionais de enfermagem, os actuais quinze enfermeiros do Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio têm sido forçados a trabalhar doze horas seguidas nos dias de consulta aberta, e há quatro anos que lhes têm sido recusado o período legal obrigatório de formação (15 dias anuais), o que numa profissão com as exigências de rigor e actualização como esta, reduz perigosamente a segurança na prestação de cuidados de saúde.

Ainda de acordo com as denúncias feitas ao Luta Popular pelas enfermeiras (o) concentradas junto à porta do Centro de Saúde, embora os agentes do ministro Macedo e do governo na administração regional de saúde da zona centro, em Coimbra, tenham perfeito conhecimento do limite do insuportável a que esta situação chegou, nada têm feito.

E ainda agora, no final de mais uma reunião realizada hoje com a ARS Centro, o seu presidente limitou-se a ouvir o que afinal já de há muito conhece e a prometer... mais uma reunião e a não se comprometer com nenhuma solução.

Sem qualquer outro objectivo que não seja o de impor sacrifícios brutais aos trabalhadores deste sector e degradar a qualidade da prestação de cuidados de saúde, o que se passa neste Centro de Saúde e que se repete em muitos outros bem demonstra que sem apear este governo de traição nacional não será possível inverter a situação.


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