PAÍS
Mais medidas terroristas de austeridade contra os Trabalhadores
- Publicado em 02.04.2012
No dia em que a taxa de desemprego em Portugal atingiu o seu máximo histórico, a qual, como já aqui denunciámos, ultrapassa os 20%, que medidas anunciou este governo que urge pôr a andar?
Não é difícil adivinhar: mais medidas de austeridade contra os trabalhadores, depois de ontem ter feito entrar em vigor a redução do tempo e montante dos subsídios de desemprego.
Coube a vez ao ministro do cds da segurança social e mais umas tantas funções similares que dá pelo nome de Soares, o da mota, vir agora, com a mesma cara de parvo com que tem tentado passar por dinamizador de medidas de apoio social, anunciar mais medidas terroristas contra os trabalhadores a quem pretende impor uma drástica redução nos subsídios de doença, de maternidade e por morte.
Para quem ainda consiga manter-se a trabalhar, depois da aprovação do novo código do trabalho que, com o acordo de Seguro e Proença, legaliza os despedimentos sem justa causa, também não pode ficar doente – é que, exactamente num momento em que mais precisam, os trabalhadores passam agora a receber pouco mais de metade do seu salário.
É que o subsídio de doença, que actualmente já só é de 65% do salário, desce para 55%, para quem esteja de baixa por um período inferior ou igual a 30 dias – para o ministro com cara de parvo, todos os que caem doentes durante este período são aldrabões e, portanto, têm de ser castigados, no caso com uma redução do subsídio em 10%; mesmo assim, para os que prolonguem a baixa até aos 90 dias, ainda é para desconfiar e, por isso, são penalizados com menos 5% no subsídio.
Finalmente, o toque de demagogia barata: o subsídio de doença sobe 5% para os que, agora cada vez mais em minoria, estejam de baixa entre 90 até 365 dias.
Simultaneamente, para não ficar ninguém de fora do roubo, o governo deixa de considerar os subsídios de férias e de Natal – este último já roubado – para efeitos de apuramento da referência que serve de base de cálculo aos subsídios de maternidade, paternidade e adopção, para além de agravar a restrição de acesso ao chamado rendimento social de inserção.
No fim, chama o governo a isto de mecanismos que reforçam a equidade e a justiça na atribuição destas prestações – é preciso ter lata!
Mesmo que se passasse por cima do facto de o CDS, tal como aliás o PSD e os seus companheiros de memorando e de compromisso do PS, terem um intrínseco ódio e desprezo de classe pelos trabalhadores, ainda se podia pensar que esta equidade e justiça se traduziria em tirar a uns para dar mais a outros mais necessitados.
Puro engano! Os milhões de euros extorquidos aos trabalhadores que, assim e em cada vez maior número, serão obrigados a ir trabalhar doentes ou a deixar de poder alimentar a família, vão direitinhos para pagar uma dívida que o povo português não contraiu, isto é, para engordar as contas dos grandes grupos financeiros, com os alemães à cabeça.
Mais uma vez se torna manifesto que sem o repúdio da dívida e sem correr com este governo de traição nacional e substituí-lo por um governo democrático patriótico, não será possível pôr cobro a esta imparável vaga de medidas provocatórias e humilhantes!