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PAÍS

Aumento dramático do desemprego: mais de um milhão sem trabalho

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou ontem o Inquérito ao Emprego, disponibilizando os números respeitantes ao último trimestre de 2011 e traçando a radiografia completa daquele ano, governado em partes iguais pelo ministério de Sócrates, na primeira metade, e pelo ministério Coelho/Portas, na segunda metade.

O país não aguenta mais, os trabalhadores morrem de fome, e o povo tem o indeclinável dever de lutar, desde já e por todos os meios ao seu alcance, pelo derrubamento do governo de traição nacional PSD/CDS.

Segundo os números agora divulgados pelo INE, o desemprego subiu para 14% da população activa no último trimestre do ano passado, afectando um total de 771 000 trabalhadores.

Estes são números oficiais, destinados a iludir a verdadeira realidade, porque se baseiam na aplicação de um critério que oculta o volume exacto do desemprego, visto que, para o INE, desempregado é apenas o indivíduo sem trabalho, disponível para trabalhar e que tenha procurado trabalho num centro de emprego.

Como os centros de emprego não têm emprego para empregar ninguém e até têm estado a aconselhar a emigrar, segue-se que, apesar de serem cada vez mais extensas as filas de desempregados à porta dos chamados centros de emprego, a maior parte dos trabalhadores desempregados acaba por desistir de procurar um emprego que não existe, e, com esse acto de desistência, contribui para reduzir a estatística do próprio desemprego.

A taxa de 14% e o número de 771 000 desempregados, muito embora constituindo uma taxa de desemprego e uma massa de desempregados nunca oficialmente atingidos até hoje em Portugal, mesmo assim estão muito aquém da realidade.

Desta vez, o INE foi, todavia, obrigado a revelar números e taxas que, por regra, mantém escondidos dos olhos do público.

Assim, além dos 771 000 desempregados oficiais, adiantou que há 203 000 inactivos disponíveis, ou seja, trabalhadores sem trabalho, mas que não fizeram diligências para encontrar emprego, no período de referência abrangido pelo inquérito.

Somando os 771 000 desempregados oficiais com os 203 000 inactivos disponíveis, o total dos desempregados sobe para 974 000, o que representa uma taxa de 17,5%, numa população activa de 5 506 500, como é a portuguesa.

Sucede que o INE forneceu também um outro número ciosamente escondido: há, em Portugal, 83 000 inactivos desencorajados, que são os homens e mulheres desempregados, mas que, depois de múltiplas tentativas falhadas, acharam que não valeria a pena andar a procurar um emprego que não existe.

Ora, somando estes 83 000 desencorajados aos 974 000 anteriores (oficiais e disponíveis) o total dos desempregados sobe, em Portugal, para 1 057 000, representando uma taxa de 19% da população activa.

Fornece ainda o INE um número relativo ao que designou como subemprego-visível, dando para o total desses subdesempregados a quantia de 187 000 pessoas.

O subemprego não passa de um conceito artificioso, para excluir do universo do desemprego uma fatia de verdadeiros desempregados.

Tudo somado, havia, em Portugal, no fim do ano passado, 1 244 000 desempregados, o que significa uma taxa de desemprego de 22,6%!...

Por sexos, os homens constituem 52,6% dos desempregados, e as mulheres 47,3%.

Os jovens, entre os 15 e os 24 anos, representam 35,4% da massa dos desempregados, o que alerta para o bloqueio da nossa juventude e do desenvolvimento futuro do país pela política do governo, restando-lhes apenas a emigração.

Por sector de actividade, o desemprego na agricultura e pesca é de 2,4% do total; na indústria, construção civil e obras públicas é de 35,7%; e nos serviços é de 57,8%.

A situação dramática do desemprego em Portugal é uma consequência directa da política de austeridade e do roubo do trabalho e dos salários empreendida pelo governo de traição nacional PSD/CDS, sob comando da Tróica e do imperialismo alemão.

Nenhum país do mundo poderá viver muito tempo com um quarto da sua população activa desempregada, tanto mais quando a política governamental, como o é a política de traição nacional Coelho/Portas, reduziu os montantes e os tempos dos subsídios de desemprego e aumentou os preços da energia, da alimentação, da água, da escola, da saúde e dos transportes.

Mas há mais, infelizmente!

Dos desempregados, 249 000 estavam sem emprego há mais de dois anos, do mesmo passo que 405 000 pessoas não encontraram emprego nos últimos doze meses, quer dizer, não encontraram emprego, apesar de o terem procurado, durante todo o ano de 2011!...

E para dar um exemplo da rápida proletarização do país, com a destruição da classe média, havia, em 31 de Dezembro de 2011, 108 000 licenciados sem trabalho.

O acordo, eufemisticamente denominado de compromisso para o crescimento, competitividade e emprego, assinado com o governo e os patrões pelo traidor João Proença em sede de comissão permanente de concertação social, funcionará, nestas circunstâncias de desemprego galopante, como um ataque mortal à classe operária, aos trabalhadores e às suas famílias, fazendo-os mergulhar num poço de miséria e sofrimento nunca vistos em Portugal.

Na medida em que tal compromisso desregulariza o mundo do trabalho, a exploração, o desemprego e a opressão campearão à solta.

O povo português deve intensificar a luta pelo derrubamento do governo Coelho/Portas e pela formação de um governo democrático popular que rejeite totalmente a política imposta pela Tróica, rejeite o pagamento da dívida aos usurários imperialistas e ponha em prática uma agenda de desenvolvimento económico e de emprego, para salvação do país.

A greve geral nacional do próximo dia 22 de Março deve propor-se derrubar o governo Coelho/Portas e impor um governo unitário, com todas as forças susceptíveis de serem unidas, debaixo do programa democrático e patriótico.

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