Partido
- Publicado em 22.07.2024
A Sessão Evocativa do 18 de Julho e o Debate
Ontem, tal como tinha sido divulgado pelo Luta Popular, realizou-se, na Centro Cultural de Carnide (a quem agradecemos a cedência do espaço), uma sessão/debate, cujo tema foi o 18 de Julho de 1975, aberta a todos os que quisessem participar.
O 18 de Julho de 1975 é uma das datas incontornáveis que faz parte da história do Partido, da sua luta pela instauração de uma sociedade nova, de uma sociedade de iguais, de uma sociedade comunista, numa fase em que a revolução se encontrava em movimento ascendente, em que era necessário avançar com todas as forças e determinação para se entrar numa fase mais avançada da revolução, o que naturalmente não era da vontade de forças contra-revolucionárias que iludiam o povo, referindo que já se estava na revolução socialista.
O 18 de Julho significou a derrota da tentativa da burguesia, no caso, como todos sabemos, do social-fascismo, tentar calar o Partido, aniquilando a sua direcção, visando, desde logo, o secretário-geral, o camarada Arnaldo Matos. Ao serem obrigados a libertar todos os presos políticos, militantes, simpatizantes e demais anti-fascistas, por força da resistência apresentada tanto dentro com foras das prisões, as forças do Copcon e o P”C”P sofreram uma derrota inquestionável, ficando isolados das massas, que repudiaram vivamente a feroz repressão que exerceram sobre o Partido.
O 18 de Julho mostra claramente como “um partido pequeno está em condições de opor-se vitoriosamente ao inimigo, por maior e mais feroz que ele se apresente, e está em condições de vencer, contanto que se realizem um certo número de condições.”
Nesse sentido, e como é óbvio, todos estes acontecimentos fazem parte da história do movimento operário no nosso País, que não deixaremos que seja apagada, contrariando firmemente as versões de pseudo-historiadores e comentaristas ao serviço da burguesia.
As lições do 18 de Julho foram trazidas à discussão pela intervenção da camarada Cidália Guerreiro, antecedida da passagem de um vídeo organizado pelo camarada José V., e que mereceu grande curiosidade e atenção, sobretudo da parte dos jovens que assistiam ao debate e que se viram perante um documento real que mostrava claramente a repressão exercida sobre o MRPP e todos os que o apoiarem.
Também os camaradas presentes que viveram e sofreram na pele as violências e atrocidades cometidas durante o tempo em que estiveram presos ilustraram com as suas intervenções esse
Momento épico em que um partido pequeno venceu as forças que pareciam dominar o país.
O camarada João Pinto centrou a sua intervenção no momento presente, focando-se nas contradições existentes no seio do imperialismo internacionalizado, que engole os capitalistas individualizados, ao mesmo tempo que se assiste a um processo de proletarização de vários sectores e camadas de classe, os quais vivem em condições cada vez mais precárias.
Ao mesmo tempo não deixou de chamar a atenção para a existência de um lumpemproletariado, desorganizado e sem estar inserido em qualquer sector de produção, mas em condições de servir de tropa de choque do capitalismo.
O camarada, lembrou o 18 de Julho e defendeu que todas os problemas com que hoje nos confrontamos, alguns que, embora de forma diferente, continuam a visar aniquilar o Partido, mas que podem ser superados se tivermos uma atitude de não temer o inimigo, de ousar mobilizar as massas para a luta, confiando inabalavelmente nas massas e no Partido e se adaptarmos, em casa situação, a táctica correcta e, sobretudo se mantivermos a unidade nos nossos objectivos.
O debate que se gerou durante as duas horas e meia que durou a sessão foi deveras enriquecedor e participativo, trazendo para a discussão temas variados como a guerra inter-imperialista, o reformismo e o pacifismo defendido pelos partidos revisionistas, a participação nos movimentos de massas espontâneos, a influência da informação burguesa, da net, do controlo da digitalização, do tech, das redes sociais, da presença do Partido nas eleições burguesas, da necessidade de reforçar o Partido, etc.
Esta diversidade de questões traduz as dúvidas que inquietam os participantes, a sede de encontrar um rumo, tudo aspectos a que urge dar resposta, o que passa também pela necessidade de organizar mais sessões em que se debatam os assuntos candentes da actualidade tanto a nível nacional como internacional.
Viva o Partido!
NOTA: Nome do Centro Cultural de Carnide corrigido às 7:28 de 23/07