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Partido

Os 50 anos do 25 de Abril

O 28 de Maio de 1975 - uma etapa do movimento revolucionário

Faz, hoje, 49 anos que as tropas do COPCON invadiram as sedes e delegações do MRPP e, com mandatos em branco, prenderam 432 militantes, simpatizantes e amigos do Partido.
Este acontecimento é dos poucos que a burguesia e os seus pretensos historiadores não conseguem apagar, embora o apresentem como um “acontecimento polémico” e não como o resultado da luta de classes.
Na verdade, as longas comemorações dos cinquenta anos do 25 de abril (cinco anos) não têm sido, no essencial, outra coisa senão a tentativa para apagar da história o movimento revolucionário que irrompeu espontânea e paralelamente ao golpe militar, fazendo-nos crer que a revolução foi conduzida por militares que tinham por objectivo salvar o país da ditadura fascista de Marcello Caetano e Américo Tomás.
Ora, os factos desmentem categoricamente tal versão, como, aliás, o nosso Partido sempre afirmou e registou em documentos da época e no Luta Popular. Basta consultá-los! E cabe aos comunistas não permitir o seu esquecimento e branqueamento. E é essa a forma como, este ano, assinalamos mais uma vez esta data. Quem não viveu os acontecimentos, nomeadamente, os mais jovens, tem o direito de os conhecer e retirar as suas lições.

A repressão ocorrida no dia 28 de Maio de 1975 não foi um “acontecimento polémico” como se quer fazer crer, mas uma acção preparada e executada pelos social-fascistas para esmagar e controlar o movimento revolucionário, liquidando para isso os que se puseram à cabeça de tal movimento – o MRPP. Nem a escolha da data não foi acidental.

Tomemos, então, atenção à sequência de acontecimentos que antecederam a chamada Operação Turbilhão, aprovada na Coordenadora do MFA, na Assembleia Geral do MFA e no III Governo Provisório e comandada pelo PCP. Reportamo-nos apenas ao período que decorre entre o 11 de Março e o 28 de Maio de 1975.

11 de Março – Tentativa de golpe fascista dirigida por Spínola (12h45), a que se seguiu o contra golpe social-fascista que deu “todo o poder” ao MFA.
Iniciam-se as nacionalizações dos bancos e Companhias de Seguros, segundo o modelo da Rússia.

15 de Março – são presos militantes do MRPP, em Vila Franca por terem “distribuído panfletos injuriando o MFA” . O MRPP apela para uma manifestação no dia 18 de Março para exigir a execução imediata dos responsáveis fascistas pelo 11 de Março e a dissolução da GNR e da PSP;

17 de Março – Libertação de presos fascistas!!

18 de Março – o MRPP é suspenso durante a campanha eleitoral (eleições a realizarem-se no dia 25 de Abril) e apela ao boicote às eleições, seguindo-se de imediato uma manifestação de milhares de militantes e simpatizantes contra o fascismo e o social-fascismo;
26 de Março – o governo decreta a “proibição de toda a actividade pública do MRPP. São aplicadas penas de prisão até 8 anos ou multas pesadas a quem “sabotar” as eleições.

27 de Março – Cunhal declara que “os partidos que conspiram contra a liberdade devem ser proibidos e os seus dirigentes severamente punidos”.

22 de Abril – Durante a campanha eleitoral foram presos militantes do MRPP por elementos do P”C”P que os entregam ao Comando Operacional do Continente (COPCON) .

18 de Maio – Perante o anúncio de que Portugal participará nas manobras da NATO, o MRPP organiza uma manifestação frente da embaixada americana, exigindo a expulsão do embaixador americano Carlucci.

19 de Maio – O MRPP desarma e prende dois agentes da CIA que arrancavam cartazes

20 de Maio – Manifestação do MRPP com as seguintes palavras de ordem. “Julgamento popular dos fascistas”; “nenhum apoio ao governo provisório”; “Morte à CIA e ao KGB.”;

28 e 29 de Maio – Gigantesca  operação de repressão do COPCON contra o MRPP e o seu secretário-geral.

A partir do princípio do mês de Junho, começaram as manifestações em apoio dos presos políticos que são reprimidas a tiro de G3. Estas manifestações duram até à libertação de todos os presos, o que acontece no dia 18 de Julho de 1975, dia em que o secretário-geral, o camarada Arnaldo Matos, que tinha sido internado no Hospital Militar e do qual se evadira com a ajuda dos que o guardavam, faz o grande comício no Campo Pequeno.
Como facilmente se pode concluir, os acontecimentos do 28 de Maio de 1975 tiveram uma mão – a dos revisionistas – e um objectivo bem claro: liquidar o MRPP e o seu Secretário-Geral e, dessa forma, impedir o curso da revolução e instaurar uma ditadura social-fascista.

2.ª parte

pctpmrpp

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