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Partido

Os 50 anos do 25 de Abril

O 28 de Maio de 1975 - uma etapa do movimento revolucionário - 2.ª parte

Em 13 de Setembro de 1975, o camarada Arnaldo Matos apresenta o Informe à Conferência de Jales, onde faz análise da situação política deste período do ponto de vista da luta de classes, de forma clara e rigorosa. Este documento, que vos convidamos a ler, está disponível na página do Partido.

Qual é o destino da revolução portuguesa é a questão que o camarada coloca, ou seja, no vai e vem dos avanços e recuos há que perceber, em primeiro lugar, em que ponto se encontra a revolução para se estabelecer o caminho a seguir.
Segundo o camarada, “O traço característico da situação política actual é a crise do Poder. E a crise do Poder define-se pela instabilidade.”.
Voltando um pouco mais atrás, há que perceber que com o golpe militar do 25 de Abril entra em Portugal pela mão do P”C”P um novo imperialismo – o social-imperialismo russo – que vem disputar o domínio e a exploração do povo português com o imperialismo que já cá estava.
E é nesse contexto que assistimos à formação e queda de vários governos, todos provisórios e de coligações partidárias que rapidamente se fazem e desfazem.
São seis as crises de Poder que o camarada regista nos 17 meses que se seguiram ao 25 de Abril:

1.ª – crise do Poder fascista, derrubado pelo Golpe de Estado militar do 25 de Abril;
2.ª – crise da última semana de Maio de 1974, ligada ao avanço do movimento grevista com a oposição do P“C”P;
3.ª – crise do primeiro governo provisório de coligação, com a saída de Palma Carlos, e o avanço do movimento grevista, traído pelos revisionistas;
4.ª – crise do 28 de setembro, com o afastamento de Spínola do lugar de presidente da República, ao que se seguiu novo movimento de massas contra a política anti-popular dos sucessivos governos provisórios;
5.ª – crise da tentativa de golpe fascista a 11 de março, seguida do contra-golpe social-fascista desse mesmo dia; É o primeiro confronto entre imperialistas e social- imperialistas no nosso país;
6.ª – a crise que se está a viver até ao momento (Setembro de 1975)

Dito isto, há que colocar a segunda questão – Qual é o conteúdo de classe destas crises?
A resposta a esta questão, especialmente a caracterização da primeira crise, é essencial, pois é nela que reside toda a compreensão do desenvolvimento do movimento revolucionário. Assim, a queda rápida da ditadura explica-se pela circunstância de que se encontraram temporariamente no campo do proletariado um certo número de outras forças (pequena e média burguesia e alguns monopólios portugueses), interessadas também no derrubamento da camarilha marcelista. Contudo, destas, só os operários desejavam a revolução. Todos as outras pretendiam meras reformas. Todas as crises posteriores vão ser determinadas por esta contradição de base.
Ao avanço do movimento grevista impetuoso e espontâneo que se seguiu iria contrapor-se o bloco de todas as forças reaccionárias, capitaneadas pelos social-fascistas, que consolidaram a sua posição nos governos provisórios.

E prossegue o camarada “ Quais são os factores determinantes da presente crise?
São vários os factores externos da crise e um deles é o ataque inspirado e dirigido pelos social-fascistas, contra o nosso Partido, no dia 28 de Maio passado. Toda a contra-revolução se sentiu encorajada a levantar a cabeça e a ser arrogante e insolente. (…)
Contudo, a causa profunda e principal de toda a crise assenta na bancarrota económica iminente e na falência política dos partidos burgueses e pequeno-burgueses para a resolver. A presente crise revela a existência de uma situação de equilíbrio instável entre a revolução e a contra-revolução.
Este equilíbrio instável existe também no seio da contra-revolução entre o imperialismo, dum lado e o social-imperialismo do outro.
O conteúdo de classe deste equilíbrio precário está em que a pequena burguesia, que constitui a maioria do país , oscila, ainda entre a revolução e a contra-revolução e a parte dela que pende para a contra-revolução oscila agora entre o imperialismo e o social-imperialismo, ou, dito de outro modo, entre um sector e outro setor da burguesia. Ou dito de outro modo, entre a V.ª Divisão e os quatro generais.
(…) Os comunistas, o nosso Partido podem lutar e vencer estas dificuldades?
Nós estamos firmemente persuadidos que sim. Desde que ousemos avançar a todo o vapor, também a revolução avançará à mesma velocidade.”

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