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PAÍS

Actualizado  a 23 de Abril de 2020

Idosos em lares do concelho de Loures correm risco de genocídio sanitário!

Hoje, dia 23 de Abril, quando foi anunciado o número de óbitos ocorridos até à data, e desde o início da pandemia, ficámos a saber que das 820 ocorrências fatais, 327 são de idosos que estão internados em lares por todo o país. Isto é, desde a nossa primeira denúncia – há cerca de 3 semanas – até à data, a percentagem duplicou. E temos a plena consciência de que estes números não são os reais, tendo em conta, tal como já é do conhecimento do governo e das autoridades que tutela, a existência de mais de 35 mil idosos em lares ilegais ou pomposamente classificados de “informais”. É a incompetência e incapacidade de todo um sistema que se revela!

 A classe operária e os trabalhadores portugueses devem, no imediato, exigir a pronta demissão da Ministra da Saúde e do seu Secretário de Estado, bem como de Graça Freitas, a Directora-Geral da Saúde mais inepta de sempre.

 De uma forma ou de outra, a  história encarregar-se-á de condenar e punir os responsáveis por este autêntico genocídio sanitário!  Para tal, é necessário que os operários e trabalhadores, em Portugal e em todo o mundo, se organizem para dar uma luta sem quartel a um sistema capitalista e imperialista que abandona quem trabalha à sua sorte, em nome da rentabilidade e do lucro.

Num texto que publicámos no passado dia 07.04, intitulado “Lares de Idosos – Há que travar o genocídio sanitário!”, denunciávamos, de forma clara e sustentada, como sempre o fazemos, que havia que esperar um autêntico genocídio sanitário nos lares que albergam idosos.

Denunciávamos ainda nesse artigo que, devido à incúria criminosa e à imbecilidade programática deste governo – e das instituições que tutela, como é o caso da Direcção-Geral de Saúde –, logo que se percebeu como evoluía na China, e depois em Itália, a pandemia de COVID-19, o governo português deveria ter, de imediato, colocado em marcha um plano que permitisse uma prevenção e ataque antecipados ao vírus e à crise sanitária que já era evidente que ele iria provocar.

Mas, não! Desde imbecilidades produzidas pela Directora-Geral de Saúde, Graça Freitas, a afirmar que o vírus nunca chegaria a Portugal e que, mesmo que chegasse não se transmitia entre humanos, até a falácias sobre a ineficiência do uso de máscaras, auguravam que algo de muito mau iria acontecer. E, aconteceu! Está a acontecer e vai agravar-se!

O exemplo dos lares para idosos é paradigmático da política criminosa levada a cabo pelo governo de Costa e Centeno e pelas instituições que ele tutela. Era mais do que plausível que, quanto aos lares de idosos, e dado o quadro geral de incúria, o genocídio sanitário poderia, como está a acontecer, vir a ocorrer. Os idosos, com pouca ou nenhuma mobilidade – muitos deles acamados – são um alvo fácil para um vírus que lhes é transmitido por todos aqueles – funcionários, médicos e enfermeiros, fornecedores, visitas, etc. – que têm a mobilidade que lhes garante entrar e sair permanentemente e a qualquer momento das instalações desses lares para idosos.

O mínimo bom senso levaria a que se levassem, de imediato, a cabo análises que determinassem quem poderia estar infectado, levando ao isolamento sanitário de todos aqueles que apresentassem resultados positivos para a infecção. Nada disso foi feito. Resultado, cerca de 30% do número de mortos registados a nível nacional, são de idosos que viviam nesses lares.

Lares, muitos deles sem quaisquer condições de salubridade, higiene, seguimento médico e de enfermagem adequados, sem o mínimo de dignidade para os seus utentes, os mais idosos. Ainda hoje foi anunciado que haveria mais de 35 mil utentes em lares ilegais por todo o país! Onde está a supervisão? Desaparecida em combate? “Generais” que desertam devem ser demitidos e exemplarmente punidos!

Um exemplo paradigmático é o caso de Loures, um concelho cujo município é dirigido por Bernardino Soares, um cacique revisionista e social-fascista do PCP, um camaleão político que se entretém a fazer “pactos com deus e com o diabo”. Ora se coliga com a direita e a extrema-direita trauliteira, ora anda aos beijinhos e abraços com a restante falsa esquerda, grupo que também integra.

Pois bem, neste concelho de Loures existem mais de 40 lares, para além dos chamados “centros de dia”. Quanto a estes últimos, o município decidiu decretar o seu encerramento, privando centenas de idosos de acompanhamento social e médico, alimentação, actividades recreativas, formativas ou de actividade física.

A Câmara Municipal de Loures, até à data, investiu em material de segurança, quer para lares, quer para outras instituições de solidariedade, qualquer coisa como a exorbitante soma de 86 mil euros!!!  Para quem, ainda assim, ficar atónito com tamanho investimento da Câmara Municpal de Loures na prevenção da pandemia de COVID-19, aqui deixamos a lista dos materiais entregues:

•    Máscaras FFP2: 2 756
•    Máscaras cirúrgicas: 18 432
•    Luvas: 32 320
•    Aventais: 13 510
•    Protectores de pés: 3 979
•    Fatos Tyvek: 158
•    Batas: 8 520
•    Desinfectante: 460 litros
•    Óculos: 674
•    Toucas: 379
•    Viseiras: 21
•    Termómetro de infravermelhos: 1

Convenhamos que é uma soma irrisória e ridícula tendo em conta o número de instituições e de elementos do povo que irão ter acesso a estes materiais de segurança básicos. Soma ainda mais irrisória, ridícula e provocatória quando o muncicípio de Loures costuma dispender centenas de milhar de euros em fantochadas a que dá o nome de “agenda cultural” que servem, apenas e tão só, para alienar os municípes e conter a sua revolta face ao descalabro que se vive no concelho.

Como um mal nunca vem só, a maioria das associações apoiadas pela Câmara Municipal de Loures, sob a presidência de Bernardino Soares, ou são dirigidas por religiosos, quer ligados à Igreja católica apostólica romana, quer à Igreja Universal do Reino de Deus, ou são dirigidas pelo MURPI, uma organização tutelada pelo PCP. No quadro da “união nacional” que o PCP integra, não é pois de admirar que Bernardino Soares se tenha empenhado  em levar o presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, a visitar uma multinacional farmacêutica portuguesa, com sede em Loures – a HOVIONE. Favores que se pagam, enquanto os idosos, os operários e os trabalhadores a residir e a trabalhar no concelho de Loures, sofrem.

Tal como fez com os refugiados que acusaram infecção por COVID-19 e que foram corridos pelo munícipio de instalações no concelho de Loures, Bernardino Soares, tal como Costa e Centeno, a sua ministra da Saúde e a sua Directora-Geral de Saúde, terão de ser responsabilizados pelo genocídio sanitário que ameaça os idosos daquele concelho de grande concentração operária e popular.

22Abr2020

LJ

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