PAÍS
Estudo sobre atendimento aos munícipes em Lisboa - Arrogância no atendimento é questão política e não técnica!
- Publicado em 18.04.2014
Não seria necessário vir uma comissão, dita independente – mas nomeada pelo executivo camarário em 2010! – afirmar que a forma como uma instituição ou empresa atendem os cidadãos que as procuram “traduz o seu modo de funcionamento” para demonstrar que, comportando-se António Costa como o imperador de Lisboa, a sua arrogância e displicência face às necessidades de Lisboa e dos seus habitantes se reflectiria no comportamento dos serviço que, supostamente, dirige.
Não deixa contudo de ser assinalável que, face aos tiques imperiais revelados por António Costa, e que vimos desde há muito a denunciar, os serviços da Câmara Municipal de Lisboa e, sobretudo, as suas direcções e vereações, repliquem os mesmos, levando uma entidade independente como a Comissão para as Promoção das Boas Práticas do município de Lisboa a entregar um estudo em que conclui que a forma como os cidadãos são atendidos nos serviços da autarquia e as respostas que lhes são dadas, são morosas e por vezes parcelares, insuficientes ou inexistentes.
A contrastar, claro está, com a satisfação com que toda a sorte de especuladores imobiliários, patos bravos da construcção cívil e outros arrivistas, que procuram nos destroços de uma capital cada vez mais votada ao abandono e à degradação, aclamam a excelência do actual executivo. Basta atender à sistemática postura abstencionista – quando não elogiosa – por parte dos representantes do PSD e do CDS na CML e na Assembleia Municipal, ou da oposição inteligente – para não dizer colaboracionista – de PCP e BE.
Basta atender ao facto de que o perímetro de Monsanto continua a ser alvo do assalto de uma política de betão e alcatrão que este executivo camarário prossegue. Basta registar a contínua expulsão de cidadãos da capital, fruto da prossecução de políticas de urbanismo que privilegiam o surgimento de Quintas da Marinha e condomínios de luxo privados em pleno coração da capital – vide a Colina de Santana – a despudorada deserção da luta contra a Lei dos Despejos, a famigerada NRAU ou Lei nº 31/2012 . Basta evidenciar o agravamento do abandono e degradação de milhares de fogos na cidade – que se pretendem esconder com o recurso, agora, a grandes painéis em plástico verde (que não serão o da esperança, certamente).
Ao contrário do que se infere das conclusões da supracitada Comissão para as Promoção das Boas Práticas do município de Lisboa, estas não são questões técnicas que se resolvam por intervenções técnicas e pela boa vontade do executivo camarário. Estas são questões políticas que só poderão ter uma solução política. Uma solução política que passa por denunciar e isolar e derrubar aqueles que, como Seguro e Costa, se dispõem a levar à prática os mesmíssimos ditames e medidas que PSD e CDS executam, ao serviço da tróica germano-imperialista, no governo de traição nacional.