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PAÍS

Guarda – Pais e professores manifestam-se - CONTRA O ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS!

2014-07-14-guarda 01Sucedem-se por todo o país as manifestações e acções de luta contra o encerramento indiscriminado das escolas do primeiro ciclo. Hoje, dia 14, na Guarda, ao mesmo tempo que ocorriam protestos noutros lugares, como em Nelas, cerca de duas centenas de pais e professores manifestaram-se no largo do município contra o anunciado encerramento de 13 escolas no distrito, numa acção organizada pelo Sindicato dos Professores da Região Centro.

A política de encerramento maciço das escolas do primeiro ciclo, que foi iniciada no governo PSD de Durão Barroso, em 2002, foi prosseguida em força pelos governos do PS dirigidos por José Sócrates e está a ser levada ao extremo pelo actual governo de traição nacional PSD/CDS. Tal política representa um crime contra as crianças, contra o povo e contra as regiões onde é aplicada.

Primeiro, até aos governos Sócrates, decretou-se o encerramento de todas as escolas com menos de 10 alunos. Agora, com o governo Coelho/Portas, querem-se encerrar todas as escolas com menos de 21 alunos. No total, foram encerradas, desde 2002, mais de 6500 escolas. Com a elevação para vinte e um do número mínimo de alunos para manter uma escola em funcionamento, o ministério de Nuno Crato anunciou primeiro, só para este ano, o encerramento de 654 escolas, reduzindo esse número para menos de metade (311) perante os protestos populares e a oposição de muitas autarquias.

Se esta cáfila de inimigos do povo não for urgentemente derrubada e substituída por governantes dedicados a servir as populações que vivem do seu trabalho, nos anos mais próximos fecharão todas as escolas com menos de 30, 40 ou 50 alunos e estes serão todos concentrados em mega-escolas, em muitos casos localizadas apenas nas sedes de concelho ou até no concelho vizinho, totalmente desumanizadas no tratamento dado às crianças e completamente degradadas no que diz respeito à qualidade da educação que ministram.

De facto, a concentração de crianças pequenas em grandes escolas, em turmas cada vez maiores, longe do seu ambiente e tendo de percorrer longas distâncias entre a casa e a escola, é terrivelmente prejudicial para o seu desenvolvimento e para as suas aprendizagens.

Nenhum pai ou mãe aceita de bom grado sujeitar os seus filhos a tal violência. É por esta razão (e por políticas semelhantes que estão a ser aplicadas na saúde e nos serviços públicos em geral, bem como por uma política deliberada de destruição das economias locais) que as aldeias, as vilas e as pequenas cidades estão a ser abandonadas, com enormes sacrifícios para quem o faz e com dramáticas consequências para o equilíbrio e a ocupação do território.

Não há nenhuma razão que possa justificar o encerramento maciço de escolas e de serviços públicos que está a ser praticado pelo poder político central e local. É preciso derrotar imediatamente esta política criminosa e antipopular.

O povo português é talvez já hoje aquele que paga mais impostos em toda a Europa. Se contarmos o IRS, o IVA, as contribuições para a Segurança Social, o imposto sobre os combustíveis, as contribuições autárquicas e um sem-número de outros impostos e taxas, por cada dez euros que em média um trabalhador haveria a receber como salário ou ordenado, sete euros vão para o Estado financiar a educação, a saúde, os transportes, a segurança social e os serviços públicos em geral. É dinheiro que dá e sobra para que o povo disponha dos serviços públicos de qualidade a que tem direito, como é o caso da educação.

Não são as pessoas com uma vida estabelecida num determinado lugar que têm de ir viver para perto da escola que os seus filhos irão frequentar. É o governo e são as câmaras municipais que têm de garantir que uma escola de qualidade exista próxima de todas as comunidades locais.

O povo que trabalha e que é miseravelmente pago por esse trabalho, o povo que é massacrado com impostos e que é miseravelmente espoliado dos serviços e benefícios que esses impostos deveriam financiar, exige com toda a firmeza que não privem as suas crianças das escolas e da educação a que têm direito e que sejam imediatamente derrubados todos aqueles que atentam contra tal direito.


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