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Radal (Amares) - Vítimas do capitalismo, da tróica e do seu governo de lacaios, aos trabalhadores só resta lutar e derrubar esses inimigos

radal 01Estamos na Radal, uma empresa de equipamentos industriais de refrigeração e ventilação, mais uma que encerrou as suas portas, deixando os trabalhadores no desemprego e sem receber vários meses de salários e subsídios. Em redor de uma braseira acesa improvisada, uma parte dos 37 operários, outros trabalhadores e até um seu operário reformado (chegaram a ser mais de cem trabalhadores nesta empresa), afastam o frio do fim da manhã em frente a um dos pavilhões da fábrica parada, no Prozelo, Amares. Em frente a outro pavilhão dois sócios não gerentes falam com “um credor”: é das Finanças. Já toda a principal imprensa nacional, mas não a regional (o Correio e o Diário, ambos do Minho) que ninguém percebe porquê, passou ali, bem como os partidos da “esquerda parlamentar”.

O tempo para a gerência responder ao ultimato dos trabalhadores acabou sem que estes tivessem ouvido sequer uma palavra da parte dela. Desapareceu há mais de uma semana e ninguém sabe para onde foi e o que levou com ela. Há uma história de milhões pelo meio, mas não se sabe bem. O que se sabe é que os três meses a trabalhar sem salário e ainda sem os dois subsídios do ano passado levaram grande parte dos operários e outros trabalhadores à situação de não poderem responder sequer às suas obrigações mínimas. Têm de se socorrer ou das arrecadas ou de familiares que possam ajudar. E quem os não tem? É a humilhação da sopa dos pobres o que lhes reserva o governo com o seu ministro Mota.

O processo vai entrar logo à tarde, o pedido de insolvência e os pedidos de suspensão dos contratos de trabalho de cada um dos trabalhadores. É disso que andam a tratar os outros trabalhadores. O pior é um trabalhador que está a recibos verdes há vinte anos. Como vai ser? Pela lei, nem sequer direito a subsídio de desemprego tem. Para já, enquanto a empresa não for liquidada é quem fica a prestar apoio. Mas, e depois?

Nas palavras dos ministros deste governo facínora o problema é a falta de produtividade dos trabalhadores portugueses, a qualidade que os opõe aos banqueiros que, como todos sabemos “trabalham muito” e “bem merecem” honorários de milhões de euros que recebem todos os anos e os prémios especiais de reforma quando são afastados ou obrigam o Estado a ter que salvar os bancos que dirigem “por causa do perigo sistémico”. Como se vê excelentes “trabalhadores”! São mas é bandidos e ladrões, os banqueiros e os seus serventuários no governo!

Entre os trabalhadores, há já quem pense em emigrar. Cá não há nada. Ainda por cima, a tróica e o governo estão a reduzir a quase nada o apoio aos desempregados. Por isso, já a partir deste mês, os desempregados a receber subsídio levam com uma taxa de 6%, que é para os incentivar a procurar trabalho. E como não é ainda “estímulo” suficiente, o governo prepara para breve novas medidas de corte no valor e no tempo do subsídio escondendo-se cobardemente atrás da tróica e dos seus “brilhantes “ estudos.

É meio-dia. Vamos à bucha. Fica o comunicado do Comité Central do PCTP/MRPP. Os operários da Radal sabem que só com uma forte organização de todos os trabalhadores, objectivos claros na luta e uma direcção firme e clarividente, se poderá pôr fim ao desemprego e à exploração. É urgente derrubar o governo PSD/CDS, expulsar a tróica e pôr de pé um novo governo democrático patriótico, sob controlo dos trabalhadores. Assim se abrirá caminho para um futuro melhor para todo o povo trabalhador.


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