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PAÍS

Operários da Ensulmeci em luta – os trabalhadores da construção civil vencerão!

2012-05-22-trabalhadores-ensulmeci-02Os cerca de quinhentos operários e trabalhadores da Ensulmeci, sociedade anónima do sector da construção civil, decidiram entrar em greve (pela primeira vez) desde o passado dia 18 de Maio e, ocupando a entrada dos estaleiros do Monte de Caparica (onde se encontra a sede), impedir qualquer tentativa de retirada do respectivo equipamento, como forma de luta contra o roubo dos seus já de si miseráveis salários.

A redacção do Luta Popular deslocou-se àqueles estaleiros onde, em conversa com os operários mais empenhados nesta luta, alguns deles com 20 e mais anos de trabalho e a receber salários de cerca de 600,00 €, foi informada de que a vadiagem dos patrões, continuando a explorá-los, deixou de pagar salários desde o passado mês de Fevereiro e tem igualmente em atraso de vários meses o pagamento de ajudas de custo.

A empresa, segundo nos foi relatado por Joaquim António Pereira Cardoso – o trabalhador mais antigo e a quem a administração já roubou cinco anos de antiguidade – tem estaleiros no Porto Alto, Palmela e Vila Real e obras ainda em Timor e em Angola e dispõe de uma carteira de empreitadas para, pelo menos, mais três anos, sendo que, em consequência da gestão da administração e com a cobertura da política terrorista do Governo PSD/CDS, está em vias de ver declarada a insolvência, provocando o despedimento de cinco centenas de trabalhadores.

Como foi firmemente denunciado pelos operários com quem falámos, os patrões, ao mesmo tempo que pagavam salários de miséria, abusaram frequente e ilegalmente da prática da deslocalização bem como do banco de horas, aplicando assim as alterações ao código do trabalho ainda antes da sua aprovação, para além de se terem furtado até hoje a passar os certificados de formação profissional aos trabalhadores que aqui frequentaram cursos de formação.

O que está a ocorrer na Ensulmeci não é um caso isolado, mas insere-se no plano do patronato e do governo para liquidar até ao início de 2013 cerca de 70% de todos os postos de trabalho da indústria de construção civil e obras públicas - para pagar uma dívida pública que nenhum de nós contraiu, não autorizou, nem dela beneficiou, o governo paralisa, um após outro, todos os sectores da actividade industrial do país, lançando o país e o povo na maior das misérias.

Os operários da Ensulmeci podem seguramente contar com a solidariedade dos seus irmãos de classe no combate que estão corajosamente a travar, mas é urgente que tomem consciência de que a única reestruturação do sector da construção civil verdadeiramente consequente e capaz de assegurar os postos de trabalho e o desenvolvimento da economia ao serviço do povo português passa pela nacionalização das empresas do sector, colocando-as sob a direcção dos próprios trabalhadores.

E acima de tudo é preciso assumir de forma clara e frontal que só o não pagamento da dívida, em nome do qual o governo de traição nacional PSD/CDS está a esmagar os trabalhadores, permitirá garantir, com um governo democrático patriótico, os postos de trabalho e a melhoria das condições de vida de quem trabalha.


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