PAÍS

Sapadores Bombeiros de Lisboa Cumprem Primeiro Dia de Greve Com Sucesso

Os bombeiros do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa iniciaram ontem, dia 23 de Dezembro, às 20H00, uma greve que, como já aqui antes referimos, se prolongará até ao próximo dia 26 deste mês.

De acordo com informação prestada ao nosso jornal pelo presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Sérgio Carvalho, no primeiro turno – entre as 20H00 do dia 23 e as 08H00 de 24 – a greve atingiu os 80% e, já no segundo turno (que está a decorrer entre as 08H00 e as 20H00 de hoje, 24 de Dezembro), essa percentagem de adesão elevou-se para os 85%, o que, tendo em consideração a época em que está a realizar-se esta paralisação, ultrapassou mesmo as expectativas da direcção do sindicato.

E o sucesso desta luta releva desde logo do enorme descontentamento destes profissionais que arriscam a sua vida para defender e salvar a vida dos munícipes de Lisboa e que têm visto sistemática e afrontosamente desprezadas as suas reivindicações por parte da câmara municipal de Lisboa.

Reivindicações que se prendem, não apenas com o seu justamente reclamado estatuto profissional e remuneratório de corpo especial e com as condições de trabalho, nomeadamente, pela inabitabilidade dos quartéis, como as que estão directamente relacionadas com a eficácia da sua intervenção nas acções de socorro a pessoas e segurança de bens – é o caso da falta de efectivos, do estado das viaturas, algumas delas utilizadas no combate ao incêndio do Chiado em 1988, e do reiteradamente prometido e nunca cumprido equipamento de protecção individual.

A este propósito, o Presidente do Sindicato denunciou o facto, no mínimo bizarro, de os bombeiros que prestavam serviço no destacamento do aeroporto – cuja inadmissível retirada deste local, para as respectivas funções serem entregues a privados, foi mesmo antecipada do dia 30 de Dezembro para dia 22, logo após o anúncio desta greve – terem sido obrigados a devolver o equipamento de protecção que lhes havia sido entregue pela ANA, ficando agora sem nenhum!!

Como em primeiro lugar está a população de Lisboa, a nossa paciência tem limites! – assim exclama com veemência e legítima revolta o nosso interlocutor.