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Trabalhadores da PT com Contrato Suspenso e em Pré-Reforma Temem Pelos Seus Direitos

2014-10-23-plenario01Cerca de 500 trabalhadores da PT que se acham na situação de contrato de trabalho suspenso, de pré-reforma e já reformados reuniram-se, no final da semana passada, na Casa do Alentejo, num encontro promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT), para debaterem e pronunciarem-se sobre o agravamento da crise na PT-Portugal e as implicações daí emergentes para o conjunto dos trabalhadores.

É que os trabalhadores da PT que se encontram na situação, negociada com a empresa, de contrato suspenso e em pré-reforma foram recentemente confrontados (pela Comunicação Social) com a eventualidade de verem cessar a suspensão do contrato e voltarem ao trabalho efectivo na empresa.

Esta possibilidade surgiu do facto de ser eminente a drástica redução do pessoal dos cerca de 16 000 trabalhadores de outsourcing (apontada pela Administração pela pretensa necessidade de redução de custos) e que seria colmatada por trabalhadores do activo e eventualmente por alguns trabalhadores na situação de suspensão de contrato e pré-reforma.

Como é sabido, a Portugal Telecom, depois da sua privatização, saudada pelo governo de lacaios no poder, como sempre acontece com as privatizações, foi objecto de uma fusão com a empresa de telecomunicações brasileira OI, nos termos da qual, a PT Portugal aceitava ficar integrada naquela empresa e detentora de 36% do capital desta.

Este negócio, também muito festejado por toda a cambada de traidores como um exemplo da pujança e projecção internacional da PT, só por si, representou desde logo o toque de finados da soberania portuguesa sobre um sector estratégico do país, como é o das telecomunicações.

Mas a festa não durou muito tempo. Os grandes obreiros desta façanha, elevados por toda a canalha que perora sobre economia, mercados financeiros e tudo o mais, ao patamar máximo do empreendedorismo, da gestão e administração capitalistas, premiados e bafejados com ordenados milionários e chorudas pensões, garantidas ainda antes de pegarem no tacho, vieram a tornar-se nos coveiros da emblemática empresa nacional.

Ora estes exemplares e incensados administradores da PT meteram nas mãos do seu – e não só - amigo quadrilheiro Ricardo Salgado e do seu bando a módica quantia de 900 milhões de euros, através da compra de papel comercial numa das empresas do GES (a Rioforte) já nessa altura condenada à falência.

Como era de esperar, nem um cêntimo de volta!

Mas, apesar disso, não só saíram impunes, como foram mesmo recompensados. Zeinal Bava recebeu, só à sua conta, uma indemnização de 5, 4 milhões de euros (!!).

Em consequência daquele golpe com o amigo e chefe do gang Ricardo Salgado, cujo Banco detinha 10% da PT, a OI reduziu para 22% a participação da Portugal Telecom, e prepara-se agora para vender os activos desta, designadamente, em Angola.

Ou seja, em consequência da privatização e das trapaças a que foi sujeita, a PT, de grande caso de sucesso na governação de traidores Coelho/Portas, desfez-se e tornou-se hoje uma filialzeca da empresa brasileira que a absorveu.

Perante esta situação, cabe aos actuais trabalhadores no activo assegurar por todas as formas a protecção dos direitos dos que se acham com o seu contrato suspenso e a estes, bem como a todos os pré-reformados, reformados e pensionistas unirem-se aos seus camaradas no activo na luta pela (re) nacionalização da PT-Portugal, sem qualquer indemnização, e colocá-la sob o controlo dos trabalhadores da empresa.

É obviamente reaccionário e, ademais, inútil apelar aos capitalistas da OI o respeito pelos interesses do nosso país, da PT e dos trabalhadores portugueses, como se a única lógica do capitalista não fosse a de optar pelas soluções que passam por uma maior exploração dos trabalhadores e a realização do máximo lucro.

E torna-se cada vez mais evidente que sem o derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas, o qual, metido até ao pescoço na liquidação da empresa, por via do colapso do BES, tem o descaramento provocatório de dizer que não se intromete por se tratar de uma empresa privada – nessa lógica, o que se impunha, então, era nacionalizá-la – sem o derrube desse governo não há qualquer possibilidade de o país retomar a sua soberania em sectores estratégicos da economia, como é este, e os trabalhadores garantirem a defesa dos seus direitos.





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