PAÍS

Mentes criminosas na Saúde Pública!

A “inteligência” criminosa do actual ministro da saúde, Paulo Macedo, começou a revelar-se aquando da sua passagem pelo BCP/Millenium onde, como gestor, foi co-responsável pela criminosa política de “casino” especulativo em que aquela entidade bancária privada se envolveu, mormente a arriscada e desastrosa compra de “dívida pública” de outros países e a adesão a fundos de alto risco que estiveram na base do estrondoso rebentamento da famigerada “bolha imobiliária”.

Como a burguesia valoriza quem ostenta esta criminosa “inteligência” que consegue “justificar” que os “vícios privados” têm de ser pagos com dinheiros públicos, isto é, à custa do aumento de impostos, logo vislumbrou em Paulo Macedo, um excelente director geral das Finanças – leia-se, para optimizar o assalto, via impostos, a quem trabalha.

E, como em matéria de defender os interesses da burguesia, tanto faz que seja o PS, como o PSD a fazê-lo, eis Paulo Macedo – naquilo que se pode considerar a expressão de uma verdadeira entente do “bloco central” – a aceitar tais funções no quadro de um governo PS, mormente o que foi presidido pelo em boa hora escorraçado Sócrates.

Tantos e tão valorosos foram os préstimos de Paulo Macedo, nomeadamente em criar as condições para que a tese de que o povo esteve a “viver acima das suas possibilidades”, que quando Passos Coelho anunciou a formação deste governo de traição PSD/CDS, lá vinha o personagem indicado como Ministro da Saúde. Claro que tivemos de imediato a consciência de que a sua tarefa seria a de “tratar da saúde” aos trabalhadores e ao povo português.

E tão diligentemente o está a fazer que, seguindo os planos – e aprofundando-os, até – iniciados no governo de Sócrates, encerrou centros de súde, maternidades, serviços de urgência, etc., aumentou para o dobro as taxas moderadoras para as consultas médicas e para os que recorrem às urgências hospitalares e caucionou um dramático aumento dos custos de transporte em ambulâncias.

Pois é, tal como no passado se gabava dos fabulosos lucros que ajudou o BCP a ensacar – e que agora os trabalhadores e o povo português estão a ser obrigados a pagar -, tal como no passado se orgulhava de ter posto na ordem o serviço de colecta de impostos, Paulo Macedo vem anunciar, todo ufano, que, apenas no mês de Outubro do ano que agora termina, houve uma redução de mais de 50% do recurso a consultas médicas e aos serviços de urgência hospitalar.

Isto é, aumenta-se para o dobro o valor das taxas moderadoras, reduzem-se os actos médicos, quer os decorrentes das consultas médicas, quer os das urgências e internamentos hospitalares (nos quais se incluem as intervenções cirúrgicas), despedem-se centenas de enfermeiros, auxiliares e médicos, para se chegar à conclusão de que, do ponto de vista “financeiro”, o resultado “líquido” não só torna mais exequível o SNS, como permite gerar “poupança” para o “erário público”.

Não nos alongando nas consequências que tais medidas terroristas e fascistas têm na cada vez mais evidente transferência de recursos públicos – como é o caso da saúde – para o sector privado, cabe-nos denunciar que esta acção do governo de traição PSD/CDS vai ter um impacto criminoso cujos efeitos poderemos desde já elencar: maior índice de mortalidade, quebra dramática da esperança média de vida, baixa abrupta do índice de natalidade, rápido e progressivo agravamento do envelhecimento da população com as implicações que tais fenómenos sociais terão nos fundos da segurança social e na política de prestações sociais que são da responsabilidade do Estado.

E bem pode o seu secretário de estado tentar transferir para os trabalhadores e para o povo a responsabilidade de “preventivamente” cuidarem de não ficar doentes! É que já muito poucos se deixarão enganar por este discurso que visa desresponsabilizar o estado dos cuidados de prevenção das doenças a que está obrigado – e por isso cobra o “couro e o cabelo” em impostos a quem trabalha - e, mais do que isso, do tratamento das mesmas quando elas ocorrem.

Não há, pois, volta a dar! Prevenir a doença, na perspectiva de quem trabalha e do povo português, passa por remover o “vírus” que representa este governo de serventuários da tróica germano-imperialista. E, parafraseando um ex-seleccionador da nossa equipa nacional de futebol, ou é o povo a matar esse “vírus” ou é morto por ele!

 

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