PAÍS

Morte de dois doentes do Hospital de Santa Cruz (Lisboa) que se encontravam em lista de espera - MINISTRO DA SAÚDE E GOVERNO TÊM DE RESPONDER POR HOMICÍDIO

Dois doentes que se encontravam na lista de espera do Hospital de Santa Cruz morreram durante o período em que aguardavam pela colocação de dispositivos médicos para tratar, por via percutânea, uma estenose aórtica de alto risco, intervenção que não fora efectuada há mais tempo por falta daquele material, em consequência de restrições orçamentais que, na demagogia usada pelo criminoso minstro da saúde, são classificados como cortes ao desperdício.

O prestigiado serviço de cirurgia cardio-toráxica de Santa Cruz – que, de acordo com a denúncia divulgada pela Ordem dos Médicos, foi posto sem capacidade de resposta desde o dia 4 de Julho, por falta de verbas e consequente ausência de manutenção de equipamentos e de aquisição de equipamentos e dispositivos - é precisamente um dos serviços públicos de elevada e reconhecida qualidade que o Ministério da Saúde quer fechar até Dezembro de 2015 para entregar essa área de actividade ao Hospital (privado) da Cruz Vermelha, a quem o Estado passará a pagar (ainda mais) milhões pela correspondente "prestação de serviços”.

Os médicos do Hospital de Santa Cruz que fizeram a denúncia referiram que se "trata da unidade de hemodinâmica que realiza angioplastia coronária há mais tempo em Portugal e, desde essa altura (4 de Julho), ambas as salas ficaram incapazes de funcionar em condições de segurança para os doentes por avaria no equipamento de angiologia”, e que há mais de dois anos que não há manutenções preventivas destes equipamentos nem controlo da radiação por eles emitidas".

De nada vale ao ministro da saúde vir com a manobra usual dos inquéritos que acabam sempre, qualquer que seja a conclusão, por encobrir a responsabilidade criminosa deste governo de traição nacional pelas consequências da sua política de redução brutal de dotações orçamentais nos serviços públicos essenciais como é o caso prioritário do sector da saúde, tudo exclusivamente para pagar uma dívida impagável e insustentável e aceitar caninamente os ditames da Alemanha de permanência de Portugal no Euro.

Sem prejuízo da necessidade urgente de derrubar este governo que só conhece a linguagem da força, o ministro da saúde tem de ser responsabilizado por todas as mortes de doentes que ocorram nos hospitais e centros de saúde, em consequência da falta de assistência e de cuidados médicos, por escassez de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar e de falta de material e de equipamento ou seu funcionamento deficiente.