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PAÍS

Na rentrée política dos partidos do “arco parlamentar” - Diferenças de discurso escondem objectivo comum: trair o povo!

Luis Amado do PS vai à "universidade de verão" do PSD e diz que não gostaria que o seu partido - o PS -, que, segundo ele, foi derrubado na sequência de uma crise política provocada pelo partido de Passos, fizesse o mesmo ao governo de traição PSD/CDS, porque o país precisa de...estabilidade!

Cavaco Silva, no âmbito de uma partida "solidária" de golf - um jogo muito adequado à solidariedade -, aquele tipo de iniciativas próprias dos que entendem que a caridadezinha é a solução para todo os males do desemprego, da fome e da miséria para onde as medidas terroristas e fascistas deste governo serventuário dos interesses germano-imperialistas atiram os trabalhadores e o povo, vem afirmar que o FMI, a União Europeia e o BCE, a conhecida tríade mafiosa, devem rever o programa para Portugal, tanto mais que, pasme-se, tendo a experiência na aplicação do modelo em outros países, deveriam reconhecer, agora, que haviam sido cometidos "erros" e, portanto, uma "reavaliação" dos métodos e medidas deveria ser reconsiderada!

Luis Fazenda, o dirigente da UDP, partido neo-revisionista que domina o Bloco de Esquerda, num intervalo da “universidade de verão” do BE (um mimetismo revelador em relação ao tipo de iniciativas que PS e PSD realizam para “formar” os seus quadros), pasme-se, congratula-se com o facto de Cavaco afirmar aquelas baboseiras recorrentes da "distribuição dos sacrifícios por todos" e da necessidade de uma reavaliação por parte da tróica do programa de “resgate” que desenhou para Portugal, e refirma que o povo está “disposto” a pagar a parte “legítima” da dívida, mas “exige” a “reestruturação” e a “negociação” da mesma.

Zorrinho, pelo PS, vem assegurar que o seu partido sabe quais as responsabilidades políticas que tem e que longe de si está a ideia de criar dificuldades à governação vendida que PSD e CDS estão a implementar, bem como afastada está a hipótese de se opor, que não de forma “violenta…mas construtiva” às medidas terroristas e fascistas que o governo de Passos/Portas lança, todos os dias, sobre os trabalhadores e o povo português.

Já o seu patrão Seguro, num longo e árido discurso de encerramento da “universidade de verão” que o PS promoveu em Évora, elencava um sem número de parâmetros em que o governo PSD/CDS “falhou”, escamoteando que essas falhas derivam da assinatura de um memorando que o seu partido também subscreveu com a tróica germano-imperialista. E, de forma cândida, e sempre oportunista, Seguro conclui que só aprovará a Lei do Orçamento de Estado para 2013 quando tiver um completo conhecimento do seu articulado. Como se não soubesse, de antemão, e perante o panorama que ele próprio traçou ao fazer a interpretação do que foi a governação PSD/CDS desde meados de 2011 até à presente data, do que é que consta de tal documento!

De nada valerá a Seguro vir com afirmações tonitruantes do género “os portugueses cumpriram, o governo falhou!”. Nenhuma das afirmações corresponde à verdade. Os portugueses, os trabalhadores e o povo português, nada cumpriram, porque nenhum pacto acordaram. Foram obrigados, pela imposição das medidas terroristas e fascistas deste governo de serventuários e traidores, a ver agravadas as condições de fome e miséria, as condições de desemprego e precariedade, a ver o seu salário e o seu trabalho roubados e o seu acesso à educação, à saúde, aos transportes, amputados. Como não é verdade que o governo de Passos/Portas não tenha cumprido o que o directório europeu, completamente controlado pela chancelerina Merkel e pelo imperialismo germânico, lhe ditou e que eles, como “bons alunos”, cumpriram.

Jerónimo de Sousa conclui que nem a anunciada solução para o défict, nem a proclamada solução dos problemas “endémicos” da economia portuguesa, ficaram resolvidos com o memorando e o programa de “resgate” impostos pela tróica. A partir de uma conclusão verdadeira, o PCP escamoteia, no entanto, que, tal como o BE, não entende que a dívida é um instrumento de que o grande capital e, sobretudo, os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários (particularmente os alemães), se servem para facilitar a acumulação capitalista à custa da transferência de activos e empresas públicas para as mãos de privados, à custa de juros faraónicos que apenas aumentam a titulação da dívida e a destruição do que resta do nossos tecido produtivo. Meias verdades para esconder que, no fundo, o PCP o que pretende é uma “melhor” gestão do sistema capitalista, conseguida através de uma “mudança de políticas”, mudanças, claro está, para as quais pode a burguesia sempre contar com os valorosos préstimos dos revisionistas do PCP, mas, NUNCA, através do derrube deste governo de traição PSD/CDS e, muito menos, através da constituição de um governo democrático patriótico.

Os trabalhadores e o povo português têm de despertar rapidamente desta letargia. Afastar a poeira que todos os partidos - quer os do “arco do poder”, quer os do “arco parlamentar” -, lhes atiram, todos os dias, para os olhos e que esta reentrada política do “pós-férias” político (a que alguns chamam de rentrée), com discursos mais ou menos direitistas, centristas ou esquerdistas, todos eles defendem, exactamente, a mesma coisa, diferindo, apenas e tão só, no tamanho do cacete e na intensidade do golpe a desferir contra o seu inimigo comum: os trabalhadores e o povo português.

Há que organizar uma frente de todas as camadas populares, formada por elementos com e sem partido, de esquerda, que, com base num programa que passe pelo repúdio da dívida, pela nacionalização da banca e de todos os sectores, serviços e empresas com importância estratégica para um novo paradigma de economia, controlada pelos trabalhadores, leve à constituição de um governo democrático patriótico que possibilite a recuperação do nosso tecido produtivo – destruído por sucessivas décadas de políticas vende pátrias levadas a cabo por PS e PSD –, crie riqueza e condições para uma vida digna ao povo e a quem trabalha e possibilite que recuperemos a nossa independência nacional.


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