PAÍS
Primeiro dia de greve dos médicos praticamente a 100% - Uma importante vitória que importa consolidar e ampliar!
- Publicado em 12.07.2012
No que se tornou a mais ampla e vigorosa greve (logo no primeiro de dois dias) realizada pelos médicos em Portugal, estes trabalhadores do sector da saúde souberam dar uma enérgica e firme resposta, não apenas às provocações de um ministro escolhido a dedo para entregar o serviço nacional de saúde ao sector privado, como a uma política que não olha a meios para impor os ditames da Tróica.
Os mais de quatro mil médicos, e em particular os mais jovens, que se manifestaram em frente ao ministério da saúde fizeram questão em pôr em evidência que o que acima de tudo os mobiliza nesta luta e constituiu o motivo central da solidariedade e apoio que essa luta obteve dos restantes trabalhadores do sector e do povo que recorre aos cuidados de saúde, não é um problema de natureza salarial – com que o Macedo desesperadamente os quis subornar na véspera da greve - , mas a defesa da qualidade do serviço público que prestam e a dignidade da profissão que exercem, coisas que para o gestor deste ministério e para o governo Coelho/Portas não assume a mínima relevância para efeitos contabilísticos.
O êxito da entusiástica luta dos médicos portugueses que, no passado, souberam derrotar investidas semelhantes, está na unidade que souberem estabelecer com os trabalhadores que
lutam contra o desmantelamento do serviço público de saúde e assistência – a que o ministro lacaio, obcecado pelos números da despesa que tem de apresentar à Tróica, chama de defesa da sustentabilidade – e, principalmente se tomarem consciência que a razão fundamental que motiva a politica contra a qual lutam é a do pagamento de uma dívida impagável e que não cessa de aumentar e que não teremos sucesso se não recusarmos o pagamento dessa dívida.
Ao contrário do que Passos Coelho declarava no parlamento sobre o estado da nação, não tardará a sentir mais de perto o estado da revolta dos que todos os dias espezinha e esmaga, não numa assembleia imprestável, mas na rua!