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PAÍS

Serviços de Informações em roda livre

Só os mais distraídos, ingénuos ou oportunistas é que podem ostentar surpresa no mais recente caso das secretas, envolvendo de forma descarada os superiores interesses partidários e comerciais da clientela política do governo actual.

Na verdade, de há muito que o nosso Partido vem denunciando os reais objectivos dos serviços de informação (a nova pide), designadamente, em matéria de escutas e perseguições intimidatórias ilegais, como instrumento do reforço da contra-revolução.

O que hoje está em causa, não é a utilização dos serviços de informações dos amigos de Relvas para os seus negócios, mas o facto de estes serviços operarem sem qualquer controlo num momento em que a luta revolucionária se intensifica.

Porque se revela de uma flagrante actualidade para o caso, transcrevemos algumas das passagens mais significativas da comunicação apresentada pelo camarada Garcia Pereira no I Congresso da Democracia Portuguesa, realizado em Novembro de 2004, com o título O 25 de Abril deixou de existir!

O regime democrático estabelecido com o 25 de Abril deu a alma ao criador, e o que temos hoje é a instalação crescente, que começou de forma larvar e hoje se faz de modo cada vez mais evidente e alargado, de um verdadeiro proto-fascismo, que liquidou a Democracia e a transformou numa mera fachada, cada vez mais decrépita.

(...)a Justiça, de Código em Código, de reforma legislativa em reforma legislativa, foi evoluindo no sentido de ir liquidando a Democracia (como é exemplo o Processo Penal, que com as reformas, em larga medida adoptadas pelos Governos PS sob a batuta do ex-Procurador Geral da República Cunha Rodrigues, tem hoje uma lei pior que o Código do fascismo de 1929).

Violações absolutamente cirúrgicas do segredo de Justiça que só podem ser cometidas pela acusação pública; grupos de Jornalistas, ex-assessores, ou futuros assessores do Poder e/ou adstritos a cada uma das forças policiais (PSP, GNR e PJ), que estão hoje claramente comprados por estas forças (mesmo que a gente não os veja a passar o recibo) e ao serviço delas. Instituída, praticada e cada vez mais implementada a possibilidade de se lincharem, de forma tão irremediável quanto verdadeiramente impune, cidadãos incómodos – eis o ponto a que nós chegámos neste campo.

E assistimos também a uma cada vez maior autonomia, um crescendo de poder e de arrogância, e agora à autêntica “roda livre”, das polícias e dos Serviços de Informação neste país.

Ora, se se chegou aqui foi porque, sempre em nome da “segurança”, se promoveu e se permitiu o desenvolvimento, primeiro de forma larvar e depois, de modo cada vez mais evidente, de novas polícias políticas, a actuarem, a crescerem, a cruzarem-se e a coordenarem-se entre si, a centralizarem-se e a organizarem ficheiros e bases de dados e a levarem a cabo operações secretas, sem nenhuma espécie de fiscalização, no Parlamento e fora dele.

É preciso assim dizer com todas as letras que estamos hoje perante autênticas sociedades secretas, que controlam cada vez mais, que fazem escutas, que têm contacto com os indivíduos mais ignóbeis (como o espião sul-africano Peter Groenwald, procurado em diversos países pelo assassinato a sangue frio de vários elementos do ANC e que se safou impune em Portugal por colaborar com o SIS), que no silêncio da impunidade e na escuridão da falta de controle democrático, vigiam, espiam, manejam, manipulam e assassinam civicamente, com balas (leia-se, jornais e televisões) bem mais eficazes do que aquelas que mataram John Kennedy!...

E se uns são responsáveis políticos directos (como os partidos de direita) que consciente e organizadamente puseram de pé e consolidaram estes instrumentos de poder e de repressão, outros, como o PS, ou são também directamente responsáveis (pois aprovaram de cruz todas e cada uma das medidas nessa área) ou são irremediavelmente obtusos por pensarem que a repressão é boa desde que sejam eles a controlá-la e ainda por julgarem que poderiam alguma vez controlar esta autêntica “orquestra negra” que se foi sucessivamente agrupando e montando nas nossas costas e que, após diversos ensaios mais ou menos silenciosos, iniciou já a ribombante interpretação final da marcha fúnebre da Liberdade e da Democracia!...

Com polícias e serviços de informação que são assim verdadeiras “sociedades secretas”, e, mais do que isso, verdadeiras centrais de conspiração negra, actuando em “roda livre”.


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