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PAÍS

Cerco e Assalto Terrorista no Bairro da Cova da Moura
As Provocações Policiais Contra os Moradores Continuam
Publicado 20.08.2015 

2015-08-19-cova01

Precisamente um mês depois de termos denunciado no Luta Popular Online a manobra demagógica da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) de anunciar a instauração de nove processos disciplinares contra os esbirros assassinos e racistas da polícia de Alfragide que em Fevereiro deste ano espancaram violentamente cidadãos portugueses de origem africana no bairro da Cova da Moura, a mesma polícia, sob o pretexto de apreensão de droga, desencadeou hoje uma gigantesca operação intimidatória de cerco e assalto ao mesmo Bairro, entre os quais se contariam alguns daqueles torcionários.

Invocando ter ido cumprir um mandado de detenção de três cidadãos, as diversas forças policiais de intervenção terrorista mobilizaram cerca de 200 esbirros encapuçados e armados até aos dentes que ocuparam literalmente o bairro a partir das 17H00, prolongando essa ocupação até cerca das 21H00, fecharam todos os acessos, interpelaram e revistaram indiscriminadamente quem passava e pelo caminho prenderam mais uns quantos moradores de origem africana, obrigando todos com que se cruzavam a entrar nas suas casas – e iam estes valentaços só para deter três pessoas do bairro, por ordem do ministério público e de um juiz que, entretanto, deixam em liberdade os já identificados criminosos agentes racistas da polícia da esquadra de Alfragide.

Esta polícia da coligação fascista PSD/CDS quis assim mostrar que goza de total cobertura do governo e dos agentes do ministério público para poder continuar a praticar toda a espécie de patifarias contra os cidadãos de origem africana dos bairros pobres da região de Lisboa, respondendo deste modo provocatório às queixas-crime contra eles oportunamente deduzidas.

Como nos referiu um morador deste bairro, já aliás vítima da violência fascista desta policia, estas investidas constituem uma manobra com o único objectivo de aterrorizar a população, acrescentando que com estas acções persecutórias contra as vítimas da política de austeridade deste governo o que se está a querer instituir é a criminalização da pobreza.

Ao contrário do que bolçava o lacaio porta-voz do comando policial responsável pelo assalto de hoje ao bairro da Cova da Moura, a polícia não tranquiliza ninguém, mas é sim um factor de desordem e de barbárie e a única causa da insegurança dos cidadãos nestes bairros.

Por isso mesmo, para além da demissão imediata da ministra da administração interna e do director nacional da PSP e a prisão dos facínoras fardados da polícia da esquadra de Alfragide que praticaram os crimes no passado mês de Fevereiro, devem cessar imediatamente todas e quaisquer operações policiais terroristas da polícia no bairro da Cova da Moura.

Exigimos também que o ministério público informe imediatamente das medidas que tomou ou não tomou para levar a julgamento os bandidos da PSP que praticaram os crimes na esquadra de Alfragide em Fevereiro deste ano bem como os participaram no assalto ao bairro e disparos sobre os moradores na madrugada do passado dia 28 de Março.


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