PAÍS
Gaspar Dixit: Oásis ou luz ao fundo do túnel? Quais as diferenças?
- Publicado em 28.04.2012
Naquilo que podemos considerar uma reedição da teoria do oásis anunciada pelo anterior governo burguês liderado por Sócrates, quando este, depois de ter dirigido os trabalhadores e o povo português para a aridez do deserto do desemprego, da depreciação acentuada das condições de vida, da recessão e da perda de soberania, anunciava a chegada à terra do leite e do mel, vem agora, e uma vez mais, Gaspar dixit negar a espiral incontrolável da recessão, ao mesmo tempo que, prosseguindo as visões bíblicas do anterior governo, anunciar que já se vislumbra a luz ao fundo do túnel!
Num quadro em que a execução orçamental indica uma notória descida das receitas, o desemprego a aumentar para níveis muito superiores aos esperados pela própria tróica germano-imperialista, os indicadores de pobreza a disparar e a recessão, que se desejava não atingisse em 2012 sequer os 3%, a poder atingir taxas entre os 5 e os 6%, onde estará essa luz que, pelos vistos, só Gaspar vislumbra? Não sendo a do fundo do túnel só se for a do avistamento da estrela que o conduziu, e aos outros reis magos, ao presépio?
Aqui, uma vez mais, é aplicada a teoria da dor/alívio tão cara à burguesia e aos sucessivos governos PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS, que tão bem têm representado e defendido os seus interesses. Dói-te a cabeça? Parece-te que ela vai estoirar? Então, pega num martelo, dá uma forte martelada na mão e vais ver! Para além da luz, passa-te logo a dor de cabeça! Não dizem, ou seja, escamoteiam, é que passamos a sofrer de uma terrível, persistente e aguda dor…na mão! Mas que, e a quem, importam esses detalhes?
O princípio é exactamente o mesmo. Reconhecemos que é ridículo, mas ainda que de forma dramática, ele é de facto aplicado à realidade quando, a mando da Tróica germano-imperialista, este governo vende pátrias PSD/CDS trata de implementar todas as medidas terroristas e fascistas para que sejam os trabalhadores e o povo português – e tão só – a pagar uma dívida que, para além de ninguém saber a quanto monta, porque se deve e a quem se deve, já se compreendeu que não foi o povo que a contraiu nem dela beneficiou.
Com a dor sofrida por tão massivo ataque infeccioso à cabeça do movimento operário e dos trabalhadores, do movimento popular, e quando este começa a organizar os anticorpos necessários para debelar a infecção, isto é, derrubar este governo de traidores e expulsar a tróica germano-imperialista do nosso país, vem o executivo, através do seu mais imaginativo quão patético dos ministros – Gaspar dixit – com mais um paliativo, um placebo, afirmar que não existe nenhuma espiral descendente e que a experiência refuta essa ideia, estando Portugal a atingir o ponto de viragem que é indesmentível pelos factos (???), no que respeita à retoma da confiança dos mercados.
Pois é, Gaspar dixit, o que é indesmentível é o que sempre afirmámos. Esta dívida, para além de ilegítima, ilegal e odiosa, é impagável! Com uma recessão económica sem precedentes, com o tecido produtivo destruído, bem como os sectores da agricultura e pescas, todos os dias virá o Gaspar dixit afirmar que, afinal, as medidas de austeridade – leia-se, terroristas e fascistas – que tem aplicado não foram as suficientes e se torna necessário aplicar outras mais. O remédio será sempre mais do mesmo e em doses cada vez maiores!
Indesmentível é o que sempre afirmámos! Não pagar a dívida implica, em absoluto, a necessidade de derrubar este governo serventuário dos interesses da Tróica germano-imperialista. Para tal é necessária e urgente a unidade entre todas as camadas populares que, para além de cumprirem este objectivo, dêem lugar a um Governo Democrático Patriótico, de esquerda, que implemente um programa que sirva e seja controlado pelos trabalhadores e pelo povo português.