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PAÍS

Não há manobras que lhes valham!

Como já aqui denunciámos e numa espécie de reedição, agora como farsa, da “aliança povo/MFA” de má memória, algumas luminárias do regime, com Mário Soares à cabeça, enfileiraram atrás da “Associação 25 de Abril” num boicote às comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, com o argumento de que as políticas do governo PSD/CDS não se enquadrariam num suposto espírito da data.

Sem que ninguém vislumbre diferenças de fundo entre as políticas levadas a cabo pelos anteriores governos do PS e as do actual governo, foi preciso esperar pelo dia de hoje para esclarecer a posição dos protagonistas do boicote. Fazendo-se porta-voz dos ausentes, Carlos Zorrinho, orador do PS na cerimónia, ameaçou com uma possível “ruptura democrática” com o governo.

Mas o que poderá significar a “ruptura democrática” que o PS e a Associação 25 de Abril alvitram? O memorando da Tróica é para cumprir, o Tratado Orçamental da União Europeia é para aplicar, a dívida é para pagar, o roubo do trabalho e dos salários é para continuar. Onde está afinal a “ruptura”?

Ruptura, sim, com o oportunismo do PS e compagnons de route, fizeram já as massas trabalhadoras. Por mais manobras e encenações que façam Soares e quejandos, essa ruptura é irreversível e tal constitui um assinalável progresso na luta popular pelo derrubamento do governo Coelho/Portas, por uma alternativa democrática e de esquerda a esse governo e pela expulsão da tróica germano-imperialista.

Quanto aos “militares de Abril”, por eles falou hoje também um general, Garcia dos Santos, em entrevista a um matutino: “Ele [o Presidente da República] nesta altura devia ter uma atitude firme, dar dois murros na mesa, dizer ‘o país está primeiro que tudo o resto, acabaram as querelas partidárias, vamos pôr o país a funcionar". Por aqui, estamos também conversados sobre o que significa a “ruptura democrática” em versão castrense.

Os operários e os trabalhadores portugueses terão de construir na luta uma alternativa ao actual poder terrorista do capital e do imperialismo. O agrupamento das forças democráticas que essa alternativa pressupõe deverá assentar num programa político que está nos antípodas do que defendem estes auto-proclamados “herdeiros do 25 de Abril”: o repúdio da dívida, a nacionalização da banca e das principais empresas e sectores da economia, a imediata revogação da legislação laboral e um programa de desenvolvimento económico que ponha fim ao desemprego e garanta os direitos económicos e sociais dos trabalhadores.


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