PAÍS

Agricultura: E a fantasia continua!

Pode a ministra Assunção Cristas vir fantasiar as vezes que quiser sobre o seu projecto do banco de terras, bem como dos resultados que almeja obter com o seu programa de recuperação da agricultura que, espera, os novos “empreendedores” promovam (sugerimos a leitura do artigo “Agricultura: as fantasias de uma ministra em contra-ciclo com a história!), que os números do Instituto Nacional de Estatística estão aí para fazer retornar à terra a levitante ministra.

Fruto da sistemática e programada destruição da nossa agricultura que, como já o referimos por mais de uma vez, serviu os interesses do eixo Berlim/Paris, e que levou os sucessivos governos PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS, a aceitar subsídios, não para modernizar e mecanizar este sector, mas, precisamente para promover o abandono dos campos, assinando PAC atrás de PAC (Política Agrícola Comum) que nos impuseram quotas restritivas de produção de vários produtos alimentares, agrícolas e não só, em nome da competitividade, da melhoria da qualidade, do alargamento da oferta e da rentabilidade, o resultado está à vista: em 2011 Portugal importou quase o dobro de produtos alimentares e de bebidas que exportou.

Isto é, enquanto vendemos 4.149 milhões de euros, comprámos 7.527 milhões, resultando desta troca um saldo negativo para o nosso país de 3.378 milhões de euros! Quase metade!

Numa manobra perfeitamente demagógica, que visa iludir que um país que tem de importar mais de 80% daquilo que necessita para se alimentar e gerar economia, cria um interminável ciclo de endividamento e dependência externa, anuncia o governo Coelho/Portas que é intenção deste governo promover políticas e programas que levem à auto-suficiência alimentar de Portugal…em 2020!

O mesmíssimo governo, do mesmíssimo partido – o PSD – que, em cumplicidade e complementaridade com o PS, e com a complacência do CDS, celebrou os acordos de adesão à CEE, mais tarde designada de União Europeia, que levou à desindustrialização do nosso país e à liquidação da nossa agricultura e pescas.

Os mesmíssimos partidos – PS, PSD e CDS – que à custa destes acordos e compromissos que venderam, e continuam a vender, o nosso país a retalho, a favor dos grandes grupos financeiros e bancários que a tróica germano-imperialista representa, nos apresentam, agora, a factura de uma dívida que não foi senão resultado das políticas atrás descritas, a par das trafulhices e das engenharias financeiras que estiveram por detrás das PPP’s (Parcerias Público Privadas)!

Algo nos diz que a bota continua a não bater com a perdigota!
 

Agricultura: Fantasias de uma ministra em contra-ciclo com a história