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PAÍS

Um novo regime do subsídio de desemprego para aumentar a miséria dos desempregados

O novo regime do subsídio de desemprego que hoje entra em vigor é uma das medidas terroristas deste governo que, a par com o novo código do trabalho, terá como consequência um brutal agravamento da situação da classe operária e dos trabalhadores.

Na verdade, por um lado, e sempre a mando da Tróica imperialista, o governo de traição nacional PSD/CDS legaliza o despedimento sem justa causa e reduz as indemnizações e, por outro, restringe o acesso ao subsídio de desemprego e reduz o respectivo montante.

O governo, através dos seus juristas de serviço, ainda pretendeu ludibriar o povo português invocando, imagine-se!, que está a alargar o pagamento desta prestação social a mais trabalhadores.

Ora, a primeira questão que é preciso reter é que estas alterações resultam de uma imposição do Memorando da Tróica que, como toda a gente sabe, representa um ataque e uma humilhação sem precedentes contra os trabalhadores portugueses para levá-los a pagar uma dívida que não contraíram e que apenas serviu e continua a servir exclusivamente para alimentar os lucros dos vigaristas da corte de Cavaco Silva e do grande capital financeiro mundial.

Nesse sentido, o objectivo essencial do novo regime que agora entra em vigor não é outro senão o de privar um número crescente de desempregados, cujo número não pára de subir, de aceder à sua única fonte de sobrevivência, e, para os que venham a consegui-lo, reduzir o respectivo montante, quer nos montantes máximos desta prestação, quer, logo ao fim de seis meses, num corte de 10%.

E sabem como é que o governo justifica esta medida, apesar de todos sabermos não ser mais do que uma forma de sacar dinheiro a quem descontou e foi lançado no desemprego para entregar à Tróica?
Pois bem este benemérito corte de 10% - aplicável a qualquer valor do subsídio – é, nas palavras dos explicadores de serviço, um incentivo a uma atitude mais proactiva na procura de emprego.

Não se pode ser mais patife – o governo não toma uma única medida económica para criar emprego, os despedimentos colectivos aumentam diariamente, o código do trabalho é alterado para facilitar ainda mais os despedimentos, o desemprego continuará a subir, e, no fim, os desempregados são penalizados por não conseguirem arranjar trabalho!

É que, para a cáfila que está no governo, desempregado continua a ser sinónimo de mandrião e parasita.

A classe operária e os trabalhadores no activo devem empunhar com firmeza a bandeira pela revogação destas medidas contra os desempregados e fautoras de mais miséria, e mobilizá-los e organizá-los na luta pelo não pagamento da dívida, condição essencial para impor as suas reivindicações e por um governo democrático patriótico.

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