PAÍS
Sobre a repressão policial no Chiado
- Publicado em 23.03.2012
Recebemos na nossa redacção um comunicado do PCTP/MRPP sobre a repressão policial que se abateu sobre elementos do povo que se manifestavam no dia que se desenrolou a Greve Geral.
A repressão policial verificada ontem no Chiado só para os ingénuos pode ser encarada como um facto excepcional, fruto de um qualquer descontrolo deste ou daquele dos agentes preparados exactamente para o que fizeram.
Por isso, não se vê também que, para se chegar a alguma conclusão política, se veja a necessidade de pedir e, muito menos, esperar por qualquer inquérito, como clamam o BE e o PS.
Convém, por outro lado, lembrar que, no palco da luta contra as medidas terroristas do governo de traição nacional PSD/CDS, não é esta a primeira vez que a fúria dos esbirros da polícia desse governo se manifesta, despoletada por acção de provocadores infiltrados.
Foi isso que sucedeu em 15 de Outubro de 2011 e se repetiu em 24 de Novembro do mesmo ano.
O que esteve em causa ontem, não foi mais do que, outra vez, a montagem de uma operação provocatória por parte da polícia de choque a mando do governo que, agora, para se limpar e sem poder escapar à denúncia das imagens, vem falar de um inquérito, o qual, mesmo que porventura venha a terminar em alguma coisa, nunca impedirá obviamente que a repressão volte a verificar-se.
No que respeita à agressão de que foram vítimas dois jornalistas – importando não esquecer que outros jovens foram ainda mais massacrados pela polícia – estimamos apenas que não se deixem submeter às instruções dos comandos policiais de cobrir o acontecimento do lado da repressão, o que, como é evidente, tem apenas por objectivo ocultar a identidade dos agressores.
Esta foi, aliás, a razão pela qual foram agredidos por esbirros apavorados por se verem filmados.
Para o PCTP/MRPP, a única lição a tirar destes acontecimentos é que, tanto pelo que se passou na repressão aos piquetes de greve, como na manifestação dos jovens em luta no Chiado, ao governo de traição nacional Coelho/Portas, cada vez mais apupado, desmascarado e isolado, vai recorrendo a este tipo de provocações e manobras repressivas de intimidação que não deixarão de ter a resposta adequada por parte de um povo impiedosamente lançado no desemprego e na miséria.
