INTERNACIONAL
A Ucrânia à beira de uma guerra civil contra-revolucionária, promovida e fomentada pela União Europeia
- Publicado em 19.02.2014
Os acontecimentos na Ucrânia, que actualmente se traduzem por uma situação de pré-guerra civil, com confrontos armadas na capital, Kiev, e em diversas outras cidades, expressam uma forte disputa inter-imperialista pelo controlo deste país e da posição estratégica-chave que ele ocupa na fronteira entre a União Europeia e a Rússia.
As principais forças que impulsionam uma guerra civil contra-revolucionária na Ucrânia são o imperialismo germânico e o imperialismo norte-americano. Procurando impor um cerco à Rússia e instalar bases militares da NATO na Ucrânia, esses poderes imperialistas apoiam-se em forças políticas e personalidades de direita e de extrema-direita, destinadas a assumirem-se como mandaretes de tais poderes.
Para concretizar estas manobras, o imperialismo germânico e o imperialismo ianque procuram tirar partido de uma profunda crise económica e social na Ucrânia e do descontentamento popular dela resultante. Tal crise foi enormemente agravada após a liberalização económica capitalista que supostamente viria a beneficiar o povo ucraniano e servir de alternativa à exploração e opressão social-imperialistas praticadas pela ex-União Soviética. A Ucrânia vive hoje uma situação gravíssima de desemprego, de baixos salários, de liquidação dos serviços públicos essenciais e de corrupção, tudo isto promovido por uma oligarquia financeira desde sempre apoiada e protegida pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América.
O pretexto para esta ofensiva imperialista na Ucrânia foi a recusa do governo e do parlamento deste país em assinar um acordo comercial com a UE e de, em alternativa, estabelecer entendimentos comerciais e de financiamento com a Rússia. Esta posição legítima tomada por instituições eleitas perante um acordo celerado que visa apenas abrir de par em par os mercados ucranianos aos produtos e grupos financeiros germânicos e ocidentais e a consequente liquidação da base industrial deste país, assim como servir de porta de entrada às forças militares da NATO, foi contra-atacada por todos os governos, meios de propaganda e serviços secretos imperialistas como se de um crime se tratasse.
De acordo com a sua posição servil de sempre, o governo de traição nacional Coelho/Portas apressou-se a apoiar as posições do imperialismo germânico e do imperialismo ianque na crise ucraniana, numa clara ingerência e ataque à soberania do povo ucraniano, a qual tem de ser firmemente combatida e denunciada.
Constituída por regiões com fortes diferenças de natureza étnica e cultural que são utilizadas para cavar divisões insanáveis no seu seio, a nação ucraniana saberá resistir a todas as tentativas de controlo e de opressão, venham elas da UE/EUA ou da Rússia, e ousar afirmar a sua independência e o seu direito a construir uma economia próspera, autónoma e desenvolvida que garanta os seus interesses e bem-estar.
Neste combate, o povo ucraniano tem a solidariedade do povo português, também ele empenhado numa luta com igual significado e alcance pela liberdade, pela democracia e pela independência nacional.