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INTERNACIONAL

Venezuela: Grande Derrota do Imperialismo Ianque

povo venezuela 01No passado Domingo, dia 7 de Outubro, realizaram-se na Venezuela as eleições presidenciais, as mais renhidamente disputadas desde que Hugo Chávez, antigo coronel pára-quedista, acedeu, em 1996, ao palácio de Miraflores, depondo, mediante levantamento militar, o governo socialista corrupto de Andrés Perez, títere do imperialismo americano e amigo íntimo do nosso conhecido Mário Soares.
 
De então para cá, Chávez ganhou, sempre folgadamente, todas as eleições presidenciais (1999, 2000, 2006 e 2012) em que participou e todos os referendos convocados para sufragar as reformas económicas e sociais, designadamente a nacionalização da indústria petrolífera e das principais unidades produtivas.
 
Para garantir a liberdade dos referendos e o programa das nacionalizações, o governo de Hugo Chávez teve de expulsar o embaixador norte-americano em Caracas e encerrar todas as representações diplomáticas e consulares ianques na Venezuela.
 
Nas eleições realizadas no último Domingo, Chávez enfrentou e derrotou uma coligação de trinta partidos, movimentos e associações da oposição, capitaneada por Henrique Capriles, o actual homem-de-mão do imperialismo americano na pátria de Bolívar.
 
A derrota eleitoral desta coligação, que englobou toda a direita venezuelana e até algumas camadas socialistas do defunto partido de Andrés Perez, constitui uma vitória retumbante do povo da Venezuela.
 
Hugo Chávez, numas eleições que foram as mais votadas de sempre, com uma participação de 80,79% dos eleitores inscritos, obteve 55% dos votos expressos (7.963.061), contra Capriles que, na mais vasta coligação que os ianques e a CIA poderiam ter organizado, obteve 44,4% da votação (6.426.286).
 
Ou seja, Hugo Chávez logrou obter mais 11% dos votos (números redondos) do que o seu rival Capriles.
 
Chávez tem agora força para prosseguir com o seu plano de reformas populares, no âmbito do colossal movimento de esquerda democrática e patriótica que, na última década, sacudiu de alto a baixo toda a América Latina e impôs uma derrota histórica ao imperialismo americano e europeu, também eles coligados.
 
Assim que acedeu ao governo e à presidência e nacionalizou a poderosa indústria petrolífera venezuelana, Chavez utilizou os lucros do petróleo para combater a pobreza, num país onde mais de metade da população vivia abaixo do limiar mínimo de subsistência.
 
Esta é a chave política do triunfo de Hugo Chávez, pois é inegável que a maior parte dos venezuelanos vive hoje melhor do que vivia há treze anos, quando o líder bolivariano encetou o seu programa de reformas.
 
Chávez tem agora condições para, nos próximos seis anos de mandato presidencial, completar o essencial das reformas propostas: nacionalização dos bancos, empresas e comunicação social detidos pelos imperialistas e seus lacaios, o desenvolvimento económico do país e a igualdade social do povo trabalhador.
 
A comunicação social portuguesa, sem excepção, tomou parte na campanha de propaganda ideológica desencadeada pelo imperialismo americano contra a reeleição de Hugo Chávez. Não levará muito tempo a descobrir-se quem são os jornalistas e os órgãos da comunicação social estipendiados pela CIA e pelo imperialismo que conduziram em Portugal, como aliás em toda a Europa, a demencial campanha propagandística que ainda estão a conduzir contra a reeleição de Chávez.
 
Até Domingo, dia das eleições, a imprensa portuguesa era unânime a papaguear que o resultado eleitoral na Venezuela era imprevisível, visto que todas as sondagens mais credíveis – como será que a nossa imprensa descobriu que, afinal, há sondagens credíveis e sondagens não credíveis!... – auguravam um empate técnico entre Chávez e Capriles...
 
Como se vê, não havia nenhum empate técnico em perspectiva, pois Chávez alcançou mais de um milhão e meio de votos (cerca de 11%) do que o multi-coligado Capriles, numas eleições que o próprio Capriles aceitou como correctas, ao felicitar Chávez pela vitória obtida.
 
Agora que as eleições se concluíram com a vitória esmagadora do povo venezuelano e a derrota demolidora do imperialismo ianque e seus lacaios, os jornalistas e órgãos de comunicação social portugueses, sempre a soldo da CIA, inventaram e tentam fazer passar uma nova perspectiva sobre as últimas eleições presidenciais venezuelanas: a vitória de Chávez é uma vitória de Pirro e não vale nada, porque o que ela mostrarou é que o país está praticamente dividido a meio...
 
Nem vale a pena responder àqueles vermes da caneta, lacaios da CIA e do Imperialismo. No próximo dia 6 de Novembro haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos da América, e, encontrados os resultados finais, ver-se-á que só terá votado menos de metade dos eleitores inscritos, muito longe dos 80,79 % dos venezuelanos que votaram, e que a diferença de votos entre Obama (democrático) e Romney (republicano) não terá chegado nunca aos dez por cento.
 
Será que as bestas dos nossos jornalistas também irão então dizer que a vitória de qualquer deles não terá grande significado, porque o país ficou dividido ao meio?!...
 
Este nosso comentário sobre as eleições presidenciais venezuelanas merece ainda três observações.
 
A primeira, para lembrar que vivem e trabalham na Venezuela mais de seiscentos mil portugueses e luso-descendentes, a maior parte dos quais madeirenses (há mais madeirenses na Venezuela do que no arquipélago da Madeira). A imprensa portuguesa tem a estrita obrigação de ser imparcial nos comentários que bolça sobre a política venezuelana, pois, ao tomar o papel de defesa do imperialismo e do ataque a Chávez, está a pôr em causa a situação dos nossos emigrantes, os quais são geralmente emigrantes pobres que têm estado a beneficiar da política de Chávez contra a pobreza.
 
Em segundo lugar, a Venezuela é hoje, fora da União Europeia, um dos principais parceiros económicos de Portugal (o primeiro importador), pelo que o ataque incoerente e injusto ao regime venezuelano, só para garantir a subserviência perante a CIA e o imperialismo ianque, é, nas condições actuais do domínio terrorista da Tróica, um autêntico e completo suicídio.
 
Em terceiro lugar, mas não menos importante, convirá consignar que o socialismo bolivariano, de que fala Chávez, não tem nada que ver com o socialismo dos operários comunistas, sendo até uma deturpação grosseira não apenas do ideal mas também das concepções ideológicas do socialismo.
 
O que o regime actualmente em vigor na Venezuela, e agora reforçado pela magnífica vitória de Chávez, tem de importante e merece o apoio dos comunistas e dos povos de todo o mundo é o seu carácter democratico, patriótico, popular e anti-imperialista.
 
Isso fez com que a luta do povo venezuelano esteja em sintomia com a luta dos povos explorados e oprimidos do mundo, em guerra aberta contra o imperialismo ianque e todos os seus lacaios.
 
Mas não tenhamos ilusões: essa luta é muito dura e, para vencê-la, é necessário mais do que apoios de circunstância: é necessário um programa revolucionário e uma coligação de forças revolucionárias.
 
Certo, porém, é que o povo venezuelano como o povo português triunfarão.
 
 
Lobo de Matos

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