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INTERNACIONAL

A Síria e a liberdade de imprensa ao serviço da CIA

Como já aqui se denunciou neste jornal, os imperialistas americanos, os sionistas e os seus lacaios na Europa e na Liga árabe preparam de há muito a invasão e ocupação da Síria, para assim liquidar o único aliado dos palestinianos e do Irão, tendo em vista o cerco e invasão deste último país.

Para além das colunas de mercenários anti-Kadafi e outra da Arábia Saudita que haviam introduzido naquele país, a CIA e os imperialistas americanos passaram já a dirigir algumas das operações militares dos grupos que se opõem ao governo sírio, tendo sido igualmente denunciada a entrada de armamento israelita em território sírio. A própria cadeia de televisão norte-americana NBC divulgou recentemente que um bom número de aviões de guerra não tripulados estão a operar no espaço aéreo sírio.

Não tendo conseguido aprovar no Conselho de Segurança uma decisão que abrisse caminho a uma intervenção militar aberta contra a Síria, a exemplo do que sucedeu na Líbia, os imperialistas americanos, ajudados pela sua habitual corte das carpideiras dos direitos humanos, intensificaram agora a campanha de intoxicação da opinião pública semelhante à que fabricaram para justificar a invasão do Iraque (com a invenção das armas de destruição maciça), invocando um massacre de civis ocorrido em Houla, zona onde os grupos armados pela CIA têm estado mais activos.

Abrindo e interrompendo os noticiários na rádio e televisão e enchendo as páginas dos jornais com um alegado massacre atribuído ao exército sírio, os anjinhos dos direitos humanos que só nos últimos tempos ceifaram 150.000 vidas no Iraque e 50.000 na Líbia, preparam-se assim para forçar a invasão da Síria, contando com uma cambada de jornalistas vendidos na cobertura dessas manobras imperialistas.

As coisas foram de tal modo desavergonhadas que a imprensa portuguesa e em geral a estrangeira, exactamente no mesmo dia em que alardeava os acontecimentos em Houla e a acusação logo engendrada pelos imperialistas ao governo sírio pelas mortes deliberadas de civis, ignorava e silenciava mais um massacre realizado pelos militares americanos no Afeganistão, onde assassinaram uma família de oito pessoas, entre as quais seis crianças, num bombardeamento que atingiu deliberadamente a casa onde vivia essa família no leste daquele país.

E são também os mesmos jornalistas a soldo da CIA que, neste momento e em matéria de violação de direitos humanos, se esquecem do não muito longínquo massacre de 60 crianças afegãs, vítimas de bombardeamentos aéreos norte-americanos numa zona residencial de Herat, no Afeganistão.

É que, para dar cobertura aos interesses bélicos dos imperialistas americanos, os afegãos já não são humanos nem muito menos têm direitos e, crimes contra a humanidade, é com os governos pró-árabes, pró-palestinianos, pró-iranianos e anti-sionistas e anti-imperialistas, principalmente a anteceder acções de agressão e invasão dos respectivos países.

Em matéria da tão propalada liberdade de imprensa, estamos entendidos.

 

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