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INTERNACIONAL

A França de Monsieur Hollande...

Monsieur Hollande – não confundir com o genial Monsieur Hulot – é aquele paspalho francês que, vai aí por uns dois anos, foi eleito presidente da república, por 51,9% do eleitorado, tudo gente de esquerda, e que hoje vale apenas 18% dos gauleses, sem cor política definida.

Depois de esmagado nas eleições municipais do passado dia 30 de Março, monsieur Hollande despediu o seu primeiro-ministro, virou ainda mais à direita, e nomeou para a direcção do novo Ministério um nascido catalão de nome Manuel Valls.

Constituído o novo Ministério e arrumada a casa, Valls foi ontem, dia 15 de Abril, à Assembleia Nacional dizer ao que vinha: congelamento das prestações sociais e continuação do congelamento dos salários dos funcionários públicos, tudo no contexto das poupanças de 50 mil milhões de euros na despesa pública até 2017, impostas pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia e frau Merkel. Em relação ao governo anterior, o governo de Valls é mais do mesmo.

A França cumprirá os seus compromissos! – proclamou, desafiador e provocatório, Manuel Valls, alto e bom som, para poder ser ouvido do outro lado do Reno...

É que a dívida externa da França era de 50% do produto interno bruto (PIB) em 2002 (começo da presidência de Sarkozy), de 90% em 2012 (fim do primeiro ano da presidência de Hollande) e ultrapassara já os 100% do PIB ainda antes das últimas eleições municipais de Março. Só não se entende por que razões o senhor Barroso (Comissão Europeia) o signore Mário Draghi (Banco Central Europeu) madame Lagarde (Fundo Monetário Internacional) e frau Merkel não pregam já com a Tróica em cima de Paris...

A reacção a esta política contra-revolucionária de direita de monsieur Hollande e de Manuel Valls foi estrondosa e imediata. Na verdade, por menos do que isso fora tomada a Bastilha em 1789.

Jean-Luc Mélanchon, líder da Frente de Esquerda, descarregou no seu twitter:”Valls é o cobrador da Comissão Europeia. A Comissão diz: paguem! E Valls começa logo a cobrança.”

O deputado do partido socialista francês Christian Paul – que corresponde mais ou menos, talvez mais, ao deputado do partido socialista português de Aveiro, Pedro Nuno Santos – gritou da sua bancada no Palácio Bourbon: “Nenhum de nós foi eleito para organizar a perda do poder de compra dos franceses!

Como vêem, a coisa promete.

Mas não se esqueçam: Hollande é, para todos os efeitos, o nosso Seguro; só não se sabe ainda se também poderá vir a ser o nosso Manuel Valls. Pois é: não dêem os vossos votos ao chamado partido socialista, pois estarão a eleger um novo cobrador da Comissão Europeia, para substituir os dois cobradores que já cá temos: o Passos e o Portas.

E.


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