INTERNACIONAL
François Hollande, o Charlatão
- Publicado em 01.04.2014
Ontem ao começo da tarde, enquanto lambia as feridas da colossal derrota eleitoral, Hollande aceitou o pedido de demissão do seu fiel lacaio Ayrault, primeiro-ministro do seu governo presidencial, e nomeou para o cargo o actual ministro do interior, Manuel Valls.
Para além da responsabilidade que sempre se deve assacar aos lacaios por serem lacaios, o ex-primeiro-ministro Ayrault, coitado, não tem qualquer responsabilidade no afundamento político dos socialistas franceses, pois se limitou a conduzir a política de traição nacional imposta por Hollande logo no dia seguinte à sua vitória presidencial, e após negociações em Berlim com a chancelerina Merkel.
Ayrault foi escolhido para primeiro-ministro não porque tivesse qualquer linha política própria, mas porque sempre se mostrou dotado de uma fidelidade canina para com o presidente Hollande.
Nos dias que mediaram entre a já desastrosa primeira volta eleitoral e a demolidora segunda volta, quando todas as sondagens auguravam o afundamento do partido socialista francês, a apreciação popular negativa da conduta do inquilino do Eliseu e a robusta vitória da direita e da extrema-direita, Hollande insistia continuamente na sua mensagem reaccionária: “está fora de questão toda e qualquer mudança de orientação geral”
A orientação geral, inabalável, seria a discussão e votação do chamado pacto de responsabilidade, o tal pacto que imporia um corte de 50 mil milhões de euros nas contas públicas, com o consequente aumento do desemprego, redução de salários e liquidação de benefícios sociais às massas trabalhadoras, na saúde, na escola e na segurança social.
Em França, e depois do maremoto eleitoral das municipais, só se entenderia como razoável não a demissão do pobre do primeiro-ministro Ayrault, mas sim a demissão do charlatão e troca-tintas, que dá pelo nome de François Hollande.
Foi o presidente mentiroso que o povo francês enterrou no cataclismo eleitoral dos dois últimos domingos.
O homem, porém, assobia ao cochicho e comporta-se como se não tivesse nada a ver com o assunto.
Hollande, todavia, não só não se demitiu ele próprio, como se impunha, mas foi ao ponto de substituir o fiel Ayrault por um representante da extrema-direita do PS francês, Manuel Valls, um sujeito que em França está mais à direita do que em Portugal o nosso Assis, e com a particularidade de que se revelou, como ministro do interior, na perseguição policial aos jovens desempregados e imigrantes, um fascista pior do que Sarcosy, quando ocupou esse lugar.
O enterro da França e dos franceses continua sob a batuta do tartufo Hollande.
E não se esqueçam, caros leitores: Seguro é o Hollande português, sem tirar nem pôr.
E.
As Lições Portuguesas do Desastre de François Hollande