EDITORIAL
Trinta e Cinco Horas Para Todos
A luta pela Semana das 35 Horas de trabalho é a mais importante batalha política da classe operária e de todos os trabalhadores portugueses no momento actual.
Trata-se de uma luta de natureza política cujo objectivo é unir como um só homem o proletariado revolucionário e todos os homens e mulheres que vivem da venda da única mercadoria de que são proprietários: a sua força de trabalho.
Não se trata de uma luta económica ou sindical, mas de uma luta política, como o foi no passado a luta pela jornada das oito horas de trabalho diário, a luta pelo primeiro de Maio como dia internacional do trabalhador, ou a semana das 40 horas.
Convém sempre lembrar os factos e as lutas revolucionárias que todos os oportunistas se arreganham em pretender fazer esquecer: a luta pela semana das 40 horas foi promovida e ferreamente dirigida pelo então Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado – o MRPP, do qual nasceu, em 26 de Dezembro de 1976, o actual Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP).
Desde a sua fundação em 18 de Setembro de 1970, o MRPP fixou a luta pela semana das quarenta horas como a jornada política imediata de todos os trabalhadores portugueses, e, em guerra aberta contra o marcelismo e a pide, primeiro, e contra o Movimento das Forças Armadas e todos os partidos políticos saídos do 25 de Abril, depois, explicou paciente e persistentemente o carácter político revolucionário da luta pela semana das 40 horas, como jornada de unidade do proletariado e de todas as forças trabalhadoras no caminho da revolução proletária.
Quando os sindicatos da Intersindical e o partido de Barreirinhas Cunhal – sim, o PCP do actual Jerónimo de Sousa! – atiçaram as tropas do Copcon, de Saraiva de Carvalho e de Jaime Neves contra os operários em luta pela semana das 40 horas, o MRPP apelou ao proletariado e a todos os trabalhadores para que passassem à acção directa: à aplicação imediata da semana das 40 horas nos seus locais de trabalho.
De norte a sul e de lés-a-lés, os trabalhadores portugueses começaram a aplicar, nas grandes fábricas e empresas, a semana das 40 horas, por iniciativa própria e antes de qualquer lei a reconhecer, não temendo o Copcon nem as tropas reaccionárias do MFA, de Saraiva de Carvalho e de Jaime Neves, nem os grupos de provocadores organizados pela Intersindical, pelo PCP e pelo patronato.
O partido de Barreirinhas Cunhal, o MFA e o Copcon foram totalmente derrotados no grande movimento grevista da Primavera e do Verão de 1975, que impôs na prática a semana das 40 horas nas grandes fábricas, empresas e sectores produtivos nacionais. Por essa altura, Cunhal e o PCP pediam aos operários um dia de trabalho para a Nação…
Ao mesmo tempo, os trabalhadores e operários, contra a Intersindical, foram negociando e impondo contratos colectivos de trabalho que reconheciam a já aplicada, na prática, semana das 40 horas.
A Intersindical só reconheceu a semana das 40 horas, conquistada pela luta política revolucionária das operárias e operários, trabalhadoras e trabalhadores portugueses, nos fins dos anos oitenta, nos contratos colectivos então celebrados pelos sindicatos afectos ao partido revisionista e social-fascista de Barreirinhas Cunhal. Tinham-se já passado cinco anos sobre a vitória conquistada nos seus locais de trabalho pelos proletários portugueses em 1975, com aplicação de uma linha política definida e promovida pelo nosso Partido.
Agora que a classe operária está lançada numa renhida luta pela conquista da semana das 35 horas de trabalho para todos, cabe perguntar: o que é que levou então à vitória do proletariado e de todos os trabalhadores portugueses na luta pela semana das 40 horas?
A resposta é simples, e reveste-se de toda a actualidade na luta agora em curso para a conquista da semana das 35 horas de trabalho para todos: a correcção do objectivo político da luta, a linha política de massas posta em prática, a mobilização de toda a classe operária e dos demais trabalhadores, e os métodos proletários de unidade, organização e luta aplicados.
Em Janeiro deste ano de 2016, o nosso Partido lançou e propôs ao proletariado a luta pela conquista da semana das 35 horas para todos os trabalhadores portugueses, como a principal luta política revolucionária do momento.
Pôde o PCTP/MRPP definir esse objectivo político e traçar esse caminho proletário de luta porque tinha conseguido escorraçar do seu seio o grupelho traidor, liquidacionista, anticomunista primário e antipartido, encabeçado pela dupla Conceição Franco/Garcia Pereira. A luta política, teórica e ideológica então reiniciada pela refundação de um partido comunista proletário permitiu relançar o nosso Partido na linha dos grandes movimentos revolucionários de massas, como já o está a ser a actual luta pela semana das trinta e cinco horas de trabalho para todos.
A expulsão do grupelho antipartido cortou com a submissão dos comunistas aos revisionistas nos campos teórico, ideológico e político, e com a submissão ao economismo oportunista no campo da luta sindical.
Foi então possível voltar a redefinir e a pôr em prática as grandes tarefas políticas do proletariado comunista revolucionário, enquanto o grupelho antipartido se masturbava nas chamadas redes sociais, organizando o putedo e os marginais, e insultando os verdadeiros comunistas, perante os quais caíram de borco como cães capados.
Quando avançou com a proposta política de luta pela conquista da semana das 35 horas de trabalho para todos, o PCTP/MRPP, além de desferir um golpe de morte no grupelho liquidador antipartido, desferiu também um golpe demolidor sobre os oportunistas da Intersindical e os revisionistas do PCP de Jerónimo, os quais, de mãos dadas com o PS de António Costa e o Bloco de Catarina Martins, tinham combinado prometer repor as 35 horas semanais para alguns funcionários públicos, traindo o proletariado e os demais trabalhadores das fábricas, empresas e sectores públicos e privados, que continuam a trabalhar 44 horas semanais, com quatro horas não pagas, conforme decidiu o governo de traição nacional Coelho/Portas, política essa ainda em vigor.
Ou seja: os revisionistas do PCP e os oportunistas do Bloco e da Intersindical abandonaram e traíram a classe operária, reivindicando a reposição da semana das 35 horas apenas para os funcionários públicos, e, mesmo assim, somente para alguns.
O ataque, desencadeado em Janeiro, contra todos esses oportunistas e traidores, pelo PCTP/MRPP, reivindicando a semana das 35 horas de trabalho para todos os operários e trabalhadores portugueses, mobilizou imediatamente o proletariado em todo o país, e deixou o patronato, os capitalistas, a Tróica, os partidos do arco-da-mama, os credores da dívida pública, o Banco Central Europeu de Mario Draghi, o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia, Merkel e Schäuble virados do avesso.
Em Fevereiro, cobriu o PCTP/MRPP o país com painéis que lançaram no espaço público o quadro da luta política imediata do proletariado revolucionário e começou a mobilizar todos os trabalhadores de todos os sectores produtivos:
35 Horas Semanais
7 Horas por Dia
5 Dias por Semana
2 Dias de Descanso Semanal (Sábado e Domingo)
25 Dias Úteis de Férias por Ano
As Brigadas Alexandrino de Sousa começaram a cobrir o país, entrando em todas as fábricas e empresas com mais de cem operárias e operários, trabalhadoras e trabalhadores.
Quando as nossas brigadas, que começaram pelas fábricas do distrito de Castelo Branco, pois já iam no distrito de Viseu, o PCP de Jerónimo de Sousa não teve outro remédio senão declarar adesão à semana das 35 horas para todos. Claro que só para fingir…
É certo que, até agora, o PCP e a Intersindical nada fizeram na prática. Mas tentaram cavalgar o movimento proletário e popular que está em marcha em toda a parte pela conquista da semana das 35 horas para todos.
O movimento revolucionário pela conquista das 35 horas para todos os trabalhadores ganhou o espaço público, sendo discutido e atacado em todos os órgãos de comunicação social escrita, ouvida e falada, órgãos que estão na mão da classe exploradora capitalista dominante.
Imagine-se que até já chegou ao famigerado programa televisivo dito de Prós e Contras, mas para o qual não foi chamado a pronunciar-se um único elemento do Partido que, há cinco meses, lançou a luta pela conquista da semana das 35 horas de trabalho para todos, isto é, do PCTP/MRPP.
É bom quando o inimigo nos ataca, tenta calar a nossa voz, esconder as nossas justas iniciativas revolucionárias! Isso é sinal de que o proletariado vai ganhar esta luta pela semana das 35 horas, como ganhou, sob a nossa direcção, a campanha pela semana das quarenta horas, em 1975.
Todas as operárias e operários, todas as trabalhadoras e trabalhadores são bem-vindos a esta luta, porque esta luta é deles e de mais ninguém.
Camaradas: não esperem nem pelos partidos nem pelos sindicatos; reúnam o plenário de trabalhadores da vossa fábrica, durante os turnos de trabalho. Escolham uma Comissão de Trabalhadores exclusivamente para conduzir a luta pela conquista da semana das 35 horas para todos. A Comissão deve ser muito ampla (vinte ou trinta ou quarenta trabalhadores, nas fábricas e empresas com mais de cem operárias e operários). Devem estar democraticamente representados todos os pontos de vista diferentes que se manifestarem entre as operárias e os operários. As operárias e operários comunistas do PCTP/MRPP também devem estar representados, obviamente.
A Comissão de Trabalhadores eleita em plenário, convocado para realização na hora do trabalho, deve preparar a aplicação da semana das trinta e cinco horas na fábrica.
Os operários e as operárias vencerão!
A semana das 35 horas de trabalho para todos será uma realidade.
01.06.2016
Arnaldo Matos
Dar Voz a Quem Não Tem Voz
Oeste
Um exemplo de liquidação do SNS
Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra
Exmos Srs,
Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.
Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.
Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.
Comentários
Assine o RSS dos comentários