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PAÍS

Mais um manifesto da treta

Depois dos manifestos da treta soaristas (novo rumo e de solidariedade com a Grécia), lapidar e demolidoramente desmascarados no nosso jornal e depois de uma recente reedição de oportunistas, patéticos e impotentes apelos de Mário Soares a uma refundação da esquerda europeia, em artigo publicado no Diário de Notícias, foi há poucos dias divulgado mais um manifesto da treta a que os seus promotores deram o nome de manifesto para uma esquerda livre.

Subscrito pelos sempre repetentes soaristas, de dentro e fora do PS (Ana Gomes, Ana Benavente, Alfredo Barroso e outros) e de ex ou actuais bloquistas e militantes do PCP, para lá de mais alguns arrastados pela inocuidade do documento, este manifesto surge com a esquerdista pretensão de...apelar aos que se cansaram de esperar para se vencer a crise democraticamente (!?) .

Mas afinal o que há de diferente ou inovador nas ideias ou posições expressas neste manifesto que seja susceptível de mobilizar os mais amplos sectores da nossa sociedade contra a política de austeridade e de liquidação pelo governo dos mais elementares direitos arduamente conquistados pelos trabalhadores e democratas? – ZERO!

Comecemos pelo objectivo declarado no título do documento – para uma esquerda livre.

E que esquerda livre é esta? No entender deste manifesto da treta, tratar-se-ia de uma esquerda liberta das suas rivalidades, do sectarismo e do feudalismo político que a paralisa. Ou seja, sem novidade, de uma esquerda sem programa e fora dos partidos, mas sempre prevenindo que não é contra os partidos(!?)

Está mesmo a ver-se que só fica de fora a esquerda europeia dos soaristas, que ontem forçava Sócrates a assinar o memorando mas que, hoje, com o risco de uma revolução em desenvolvimento, se apressa a proclamar a ruptura com a Tróica – nada de novo, portanto.

Por uma esquerda de cidadãos dispostos a trabalhar em conjunto para que o país recupere a esperança de viver, por um Portugal mais igual, por um horizonte mais humano de desenvolvimento, por uma Europa mais fraterna à altura dos ideais que a fundaram, eis algumas das pérolas desta esquerda humanista que se pretende livre, mas que já nem da doutrina social da igreja se consegue distinguir.

Sobre a dívida pública ou mesmo a propósito da política do governo, nem uma palavra!

É notório que o único objectivo desta esquerda da treta é lançar a confusão e ver-se livre de uma esquerda que lute empenhadamente para que os trabalhadores e os verdadeiros democratas se organizem em torno da única saída para a crise para onde Sócrates e Coelho/Portas pretendem enterrar o povo português e que é a de não pagar a dívida pública.

Se a intenção deste manifesto fosse a de lançar um movimento que passasse por cima do oportunismo parlamentarista do BE e do PCP e se demarcasse de forma inequívoca das cumplicidades e traições de Seguro, ainda podia gozar de alguma credibilidade.

Mas, não apenas a vacuidade e deliberada ausência de compromissos com o que quer que seja, como o facto de – por isso mesmo - ter como muitos dos seus promotores os que vão a todas, mostra bem que estas iniciativas, se, por um lado, reflectem a falência da oposição parlamentar, por outro, constituem verdadeiras bóias de salvação para um governo de traição nacional que persiste em intensificar uma política da mais nauseabunda submissão ao colonialismo alemão.

E já agora, não há uma esquerda livre. Esquerda só a que se compromete com a luta revolucionária da classe operária e dos trabalhadores pela sua libertação da escravidão assalariada e que, na situação actual, deve ter como objectivo unir todos os sectores da sociedade vítimas da política da Tróica, para impor o não pagamento da dívida pública e preparar a constituição de um governo democrático patriótico que aplique um programa de desenvolvimento económico ao serviço exclusivo do povo português, desde logo apoiado na nacionalização da Banca.


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Soares e o paradigma
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