PAÍS
A Polícia de Braga
- Publicado em 17.09.2014
Desde que o governo de traição nacional Coelho/Portas chegou ao Poder e começou a cumprir o programa terrorista de austeridade, empobrecimento, emigração e roubo imposto pela tróica, a Polícia de Segurança Pública, entregue ao comando do ministro Macedo, não tem feito outra coisa que não seja reforçar armamento e ódio contra o povo, na conhecida tradição da polícia fascista herdada de Salazar e Caetano, polícia que de modo nenhum consegue transformar-se numa força respeitadora de direitos humanos e ao serviço da democracia e de uma sociedade de cidadãos livres e iguais.
A PSP é, antes de tudo, uma polícia cobarde, cheia de medo e que respira ódio cego contra o cidadão, seja homem ou mulher, velho ou criança.
Esta é a polícia que temos em todo o País, mas que é especialmente flagrante no distrito de Braga.
Em Janeiro do ano passado, quando os anúncios do ministro da educação Nuno Crato divulgaram a criação dos mega-agrupamentos escolares, o movimento estudantil, um pouco por todo o Pais, ensaiou respostas de protesto contra aquela política governamental, no uso de um direito constitucional inalienável.
A escola secundária Alberto Sampaio, em Braga, não foi excepção nesse movimento generalizado e quase sempre espontâneo de protesto. Às oito horas da manhã do dia dezoito de Janeiro, os alunos reuniram-se no parque de estacionamento em frente da escola e entoaram cantigas e palavras-de-ordem.
Possessa e esbaforida, chega à escola uma brigada de quatro agentes da PSP e, sem qualquer aviso prévio, um dos polícias, de 39 anos de idade, sacou de uma bomba de gás pimenta e atirou-a aos manifestantes.
Os manifestantes eram crianças, Senhor, entre os 12 e os 15 anos, todos de menor idade, portanto …
Tudo o que aqui relato ao leitor é resumidamente extraído da acusação deduzida pelo Ministério Público contra um dos agentes da brigada da PSP.
Ficaram feridas nove crianças, duas raparigas e sete rapazes. Nem no Kosovo, no auge dos bombardeamentos da Nato, se veria um polícia tratar assim as crianças.
Mas em Braga, arquidiocese católica da Península Ibérica, viu-se!
Ainda no distrito de Braga, mas agora na cidade de Guimarães e domingo passado, durante o jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o Futebol Clube do Porto, numa bancada onde supostamente só se deviam encontrar adeptos jovens do clube local, uns quantos agentes da PSP à paisana, infiltrados entre os adeptos vitorianos, começaram a provocar os jovens, suscitando uma cena de sopapos entre os adeptos e os polícias provocadores não identificados.
Valentes, como já se adivinha que sejam, os agentes provocadores chamam em auxílio o grupo de intervenção da PSP, o qual, forte dos seus noventa homens, começou a disparar balas de borracha contra os adeptos do Vitória, ferindo muitos deles, alguns gravemente e que tiveram de ser internados, utilizando a polícia shotguns, isto é, armas de fogo, para controlar os rapazes.
A coisa foi de tal ordem que o árbitro viu-se obrigado a interromper o encontro por perto de um quarto de hora.
Toda a gente ficou indignada com a acção cobarde da polícia, absolutamente escusada e provocatória, de tal modo que, nas suas declarações à imprensa, o Presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, deu a saber que até o ministro da defesa, um tal José Pedro Aguiar Branco, e o próprio presidente do Futebol Clube do Porto, convidados do clube anfitrião, protestaram contra a actuação inexplicável da PSP local.
A verdade é que tem vindo a tornar-se um facto indesmentível: onde e sempre que aparece a polícia, nascem desordens no País inteiro. De esperada solução, a PSP está inevitavelmente a tornar-se em inesperado problema.
No caso dos espectáculos desportivos, é fácil pôr cobro às provocações e desmandos da polícia: os dirigentes desportivos devem rejeitar a presença da PSP nos estádios portugueses e apelar ao sentido de responsabilidade dos cidadãos para manter a ordem nesses recintos, como acontece já em muitos países civilizados.
A polícia não é nem nunca foi um factor de ordem civilizacional, mas um factor de desordem e de barbárie.
Como se colhe nos dois casos aqui arrolados e ocorridos no distrito de Braga ao longo de pouco mais de um ano: gás pimenta contra crianças menores; shotguns e balas de borracha contra jovens e desportistas…
Rua com a PSP dos estádios e das escolas!
Espártaco