PAÍS

O Novo Banco Prepara-se Para Não Pagar Depósitos

Publicado em 15.09.2014

novo banco 01 Como tivemos oportunidade de escrever aqui ontem, o Novo Banco já está falido. Quer dizer: a parte boa do velho BES, constituída por activos saudáveis e de contabilidade equilibrada, com a qual o supervisor Carlos Costa formara o Novo Banco, afinal conduziu à criação de um banco bom, mas em vias de insolvência.

Já tínhamos alertado os nossos leitores para esse facto, num artigo intitulado “Imagine-se: Afinal, Até o Banco Bom Pode Falir”, saído neste jornal no passado dia 13 de Agosto.

E foi precisamente o que aconteceu!...

Como estarão lembrados, o supervisor Carlos Costa, muito embora sem poderes para o caso, mandou prover com 4,9 mil milhões de euros (700 milhões de taxas bancárias e 4,2 mil milhões do orçamento do estado) o fundo de resolução do Novo Banco.

Aconteceu que, após um mês de direcção do Novo Banco pela equipa de Vítor Bento, já tinham saído desse Banco dez mil milhões de euros em depósitos entretanto levantados pelos depositantes.

Ou seja, em pouco mais de um mês de actividade do Novo Banco, o fundo de resolução do banco bom (4,9 mil milhões de euros) já tinha desaparecido duas vezes, só para pagamento de depósitos de clientes!…

Claro está que os depositantes fizeram muito bem em levantar o seu dinheiro, não confiando no Novo Banco, não acreditando na gerência do Careca e, sobretudo, rejeitando as mentiras do governo, do presidente da República e do supervisor Carlos Costa.

Um fundo de 4,9 mil milhões de euros volatilizou-se para ajudar a pagar dez mil milhões de depósitos.

Os depositantes seguiram o nosso conselho, no alerta que aqui publicámos em 17.08.2014:

"Levantem imediatamente os vossos depósitos no Novo Banco, porque, mais dia menos dia, vão ficar sem eles, como já sucedeu com os depósitos no Banco de Chipre!"

Ora, foi precisamente esta corrida, inteligente e justa, aos depósitos que mergulhou o Novo Banco na falência e explica as movimentações dos altos agentes bancários no último fim de semana: substituição urgente do vice-presidente do Banco de Portugal, responsável pela supervisão (como se o responsável único pela supervisão não fosse o incompetente governador do BdP, Carlos Costa), demissão urgente de Vítor Bento e sua equipa na direcção do Novo Banco e constituição urgente de uma nova direcção em substituição da direcção do Careca.

Neste momento, os contribuintes portugueses já arderam com 4,2 mil milhões de euros, que vão pagar pelos processos do costume: despedimentos, cortes nos salários, cortes nas pensões e trabalho roubado e não pago.

E a pergunta agora é esta: onde irão o paspalho do supervisor, o governo de traição nacional Coelho/Portas e o mentecapto presidente da República arranjar mais dinheiro para recuperar o fundo de resolução do Novo Banco já esgotado?

É preciso correr com essa canalha, senão o País afunda-se!

Espártaco