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INTERNACIONAL

Davos: Ter Tudo e Querer Mais…

Arnaldo Matos

Começa amanhã em Davos, numa das mais famosas estâncias turísticas de Inverno da Suíça, e prolongar-se-á por cinco dias, a reunião anual do Fórum Económico Mundial.

A conferência anual de Davos é, para todos os efeitos, a reunião do quartel-general do sistema capitalista mundial - ou do imperialismo - reunião que, não por acaso, escolheu efectuar-se na mais alta cidade da Europa.

O Fórum Económico Mundial, também com sede na Suíça, mas na cidade de Genebra, é uma organização não lucrativa, constituída e sustentada por 1 000 empresas membros, cada uma das quais engloba um volume anual de receitas superior a cinco biliões de dólares e se classifica entre as primeiras do seu sector industrial, financeiro ou regional.

Para abreviar, digamos que todos os anos, no fim do mês de Janeiro, os chefes das mil maiores empresas do mundo reúnem durante cinco dias em Davos, para tomar o pulso ao planeta em termos de luta de classes, segundo o eufemismo do seu objectivo estatutário: “a missão do Fórum é o compromisso com a melhoria do estado do Mundo”. 

Eufemismos à parte, as cerca de 2 500 cabeças que estarão na próxima semana em Davos têm por objectivo traçar as linhas mestras pelas quais o imperialismo mundial deve garantir no futuro ter tudo o que quer e querer ter cada vez mais.

Ora, “Riqueza: ter tudo e querer mais” é precisamente o título do relatório da organização humanitária Oxfam, distribuído ontem em Davos, dois dias antes da abertura da reunião anual do Fórum Económico Mundial.

A Oxfam (Oxford Committee for Famine Relief – Comité de Oxforde de Combate à Fome) é uma confederação internacional que actua em mais de 100 países, na busca de soluções humanitárias para os problemas da pobreza e da injustiça.

Elaborado por Deborah Hardoon, o relatório da Oxfam é uma denúncia corajosa e eloquente do estado a que chegou a exploração capitalista do homem pelo homem no mundo de hoje.

Trabalhando com números irrefutáveis, Hardoon lembra que, em 2009, 1% da população mais rica do planeta detinha 44% da riqueza global, valor que subia para 48% em 2014, apenas cinco anos mais tarde.

As judiciosas projecções de Hardoon apontam para que, em 2016, 1% dos mais ricos deterá cerca de 50% da riqueza do mundo, e que, em 2020, terá controlado 54,32% de toda a riqueza produzida.

Winnie Byanyima, directora executiva da Oxfam, vai estar em Davos não para defender a revolução proletária, mas para avisar o quartel-general do imperialismo que esta explosão desigualitária está a impedir a luta contra a pobreza no mundo, em que uma em cada nove pessoas não tem o suficiente para comer e em que mais de mil milhões de pessoas vive, se assim se pode dizer, com menos de 1 euro por dia.

Byanyima terminará a leitura do relatório da Oxfam perguntando ao Conselho da Fundação do Fórum Económico Mundial, no qual se encontrarão patifes como Tony Blair: “Quereis mesmo viver num mundo onde 1% da população tem mais do que todo o resto?

Na sua ingenuidade e pureza de espírito, Byanyima não sabe qual será a resposta do quartel-general do imperialismo em Davos, mas nós, operários e povo português, sabemos: eles querem mais, eles querem ter tudo, eles não deixarão nada…

O que eles, imperialistas, todavia não sabem, mas nós comunistas sabemos, é que à medida em que se aprofunda o fosso entre os poucos que tudo têm e os muitos que nada possuem, mais perto estará o momento em que a massa enorme dos explorados destruirá os exploradores e o seu sistema de exploração.

Davos irá servir para mostrar que está cada vez mais próximo o dia em que 99% da população mundial se libertará dos bilionários que lhe sugam o sangue e a vida. Para tanto é preciso que os proletários de todos os países se unam.
 

 

 

 

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