Partido
- Publicado em 29.11.-0001
Honra a Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa!
O dia 12 de outubro de 1972 ficou inscrito com letras de sangue na história do movimento revolucionário português e ninguém o conseguirá apagar!
Foi o dia em que o assassinato de um jovem comunista, José António Leitão Ribeiro dos Santos, militante da Federação de Estudantes Marxistas Leninistas – FEM-L – organização do MRPP, fez explodir a revolta que já fervilhava na sociedade portuguesa e sobretudo na juventude acicatada/provocada pela ditadura fascista manifestou claramente a sua natureza repressiva e de ódio sem limites a todos os que a enfrentavam, nomeadamente aos verdadeiros comunistas. O assassinato de Ribeiro Santos libertou, fez saltar para a rua a revolta que se encontrava contida, num movimento combativo que aconteceu logo nos confrontos no dia do funeral, que levou a que a pide se apoderasse do caixão de Ribeiro Santos, mas que não calou a revolta que continuou pela noite dentro, a que seguiram greves e manifestações contra o governo marcelista violentamente reprimidas pela força e o encarceramento de inúmeros estudantes e que desembocou na queda do regime.
Nunca é demais relembrar, para que a memória não se apague, as circunstâncias do assassinato de Ribeiro Santos pelo pide Joaquim Gomes da Rocha, quando, nesse dia, o Camarada participava numa reunião de estudantes, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF) contra a repressão fascista, e contra a guerra colonial.
Nunca esqueceremos que foi o secretário da Associação de Estudantes do ISCEF, o social-fascista Aranda conjuntamente com Pedro Ferreira, que chamou a Pide/DGS para o local!
Nunca esqueceremos que foi também um elemento do P”C”P que, ao apontar para Ribeiro Santos, o denunciou à Pide;
Nunca esqueceremos que, como já se disse “ o fascismo apontou o gatilho e o revisionismo apontou o alvo!”
Nunca esqueceremos que o assassino de Ribeiro Santos nunca foi julgado, nem antes nem depois do 25 de Abril pelo crime hediondo que cometeu, fazendo até parte dos 47 presos que o COPCON deixou fugir da prisão de Alcoentre!
Cabe ao partido a que ele pertenceu e que honrou com a sua vida, honrá-lo, mantendo viva a sua memória, denunciando todas as tentativas, chamemos-lhe, de branqueamento levadas a cabo, sobretudo nos últimos anos, ao tentar impingir aos jovens que não viveram esta época da nossa história, que Ribeiro Santos era um anti-fascista sem ideologia revolucionária, escondendo a sua militância e comprometimento com o MRPP, na esperança vã de se apropriarem da sua memória. Não é isso que despudoradamente estão a fazer, numa acção de contra-informação quando referem Ribeiro Santos nos seus meios de propaganda? Tudo isso é uma provocação à memória de Ribeiro Santos, ao seu heroísmo e generosidade. Como referiu o camarada Arnaldo Matos, a ousadia de enfrentar um pide pronto a disparar só podia ser praticada por um quadro do MRPP.
Três anos depois, a nove de outubro de 1975, já na chamada democracia, a sanha dos novos pides assassinou friamente o camarada Alexandrino de Sousa, também ele militante da FEM-L, exactamente quando este dirigia uma brigada de colagem de cartazes de divulgação e convocação da romagem em honra de Ribeiro Santos. Não foi uma coincidência a ligação que para sempre ficou estabelecida entre o assassinato de Ribeiro Santos pela pide e o assassinato de Alexandrino de Sousa pela UDPide. Ambos foram combatentes intrépidos dispostos a lutarem até às últimas consequências pelo comunismo que se formaram na luta contra o fascismo e o social-fascismo, ambos passaram pelas prisões e torturas, a que resistiram sem nunca claudicarem.
Nesta luta, aos revisionistas do PCP e da UDP, agora no BE, coube-lhes o papel de denunciar e assassinar os camaradas Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa.
O assassinato destes dois camaradas, tal como o assassinato de milhares de revolucionários em todo o mundo, nunca serão motivo de lamento, mas de exaltação pela instauração de um novo mundo.
Homenagear Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa é segurar a bandeira que eles nunca deixaram cair.
Também hoje a juventude portuguesa mostra vontade de lutar contra um regime esgotado e causador das maiores desigualdades e exploração, que não lhe garante segurança de qualquer espécie, desde a saúde à habitação, passando pelo ensino e justiça, que a atira para uma guerra inter-imperialista, ao ser parte da NATO.
Honra aos camaradas Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa!
Viva a Revolução Proletária Comunista!