Partido
- Publicado em 21.02.2021
Arnaldo Matos: Um intrépido dirigente e combatente marxista!
No próximo dia 22 do corrente mês, assinalamos dois anos do desaparecimento físico do maior marxista português, o eminente camarada Arnaldo Matos! A morte inesperada do camarada Arnaldo Matos constituiu uma terrível perda tanto para a classe operária, como para o seu Partido de vanguarda, o PCTP/MRPP.
Falar no camarada Arnaldo Matos não é coisa fácil, muito pelo contrário, é algo complexo e de uma abrangência enorme, quer pelos mais variados domínios em que o camarada Arnaldo Matos participou e interveio, quer pela sua forte e justa personalidade, sempre brilhante e claramente meritória! Desde tenra idade, o nosso saudoso camarada Arnaldo Matos envolveu-se nas mais diversificadas lutas pela libertação do ser humano do jugo, da servidão, e do crescente pauperismo, que a burguesia e o seu modo de produção capitalista tanto fomentam e produzem. Basta recordar o papel fundamental de Arnaldo Matos, na fundação da Esquerda Democrática Estudantil (EDE), organização fundada na sequência das primeiras manifestações contra a Guerra do Vietname, quando foi nomeado para delegado do movimento de Maio de 1968, em Portugal; quando foi eleito em 1961, como secretário nacional dos estudantes portugueses.
A conjugação de todas as experiências que são referidas anteriormente, influenciaram, de forma deveras notável, a sua decisão em fundar o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), de inspiração maoísta, a 18 de Setembro de 1970. Arnaldo Matos, armado e pleno conhecedor da teoria legada por Karl Marx e Frederico Engels, formação que obteve e consolidou, aquando da sua estadia em Macau, visto que a censura estava um pouco ausente nesta antiga colónia do extinto Império Português, onde lhe foi possível ler as principais obras marxistas e maoístas.
Arnaldo Matos, um honroso filho da bela insularidade madeirense, mostrou inúmeras vezes possuir tal clarividência e conhecimento das questões, por exemplo, quando o tentaram designar como “Grande Dirigente e Educador da Classe Operária”, denominação que ele sempre repudiou, denunciando o seu teor de culto à personalidade, fundamentando a sua opinião com o facto de ter sido desde logo um aluno da classe operária, e que aprendia de duas formas: através dos livros e do contacto diário com as massas proletárias. Anos mais tarde, assistimos a uma reafirmação do seu combate ao culto da personalidade, num conjunto de entrevistas realizadas, em 2008, a alguns participantes da revista cultural e política “O Tempo e o Modo”, Arnaldo Matos enfatizava para a questão de esta revista não ter criado figuras, mas sim ideias. Afirmando peremptoriamente que as ideias são mais importantes do que as pessoas, no que concerne ao individualismo burguês e à importância do colectivo.
Nos seus escritos é notório a sua inteligência brilhante, o seu interesse e conhecimento nas mais distintas temáticas, desde a literatura até à arte, à música, ao teatro, passando também pela história e pela natureza. Arnaldo Matos foi um homem profundamente humano, justo, coerente, dedicado e que nunca abjurou as suas convicções, lutando até ao último sopro de vida por uma sociedade de iguais, assente na propriedade operária dos meios de produção, e pelo término da escravatura assalariada!
É puramente inquestionável que o camarada Arnaldo Matos foi sempre o pilar ideológico do Partido, desde a sua fundação, e continuará a ser! A sua vigilância revolucionária foi sempre constante e entusiasmante, naquilo que é a mobilização das massas de dentro e de fora do Partido! Denunciou sempre os desvios aos princípios basilares da ideologia marxista, alertando para a necessidade do estudo, da organização, da disciplina férrea comum e para uma intensa e intrínseca ligação com o proletariado.
As suas Teses da Urgeiriça representam um estudo muito estruturado e desenvolvido que elaborou durante vários anos, teses que explicam o falhanço das revoluções ditas socialistas, de 1917 na Rússia e de 1949 na China. Revoluções que foram caracterizadas como burguesas, tendo sido revoluções políticas e ideológicas antes de o serem no aspecto da concepção económica. Documento de imensa categoria e honestidade intelectual onde assume os erros do movimento comunista internacional, bem como os da classe operária em Portugal, apontando o caminho rumo à revolução proletária e comunista internacional!
A vida e obra do camarada Arnaldo Matos inspira-nos a lutar denodadamente contra este grotesco e abjecto modo de produção capitalista, a não ter pejo ao assumir a nossa posição de comunistas marxistas, a consciencializar as amplas massas populares, mobilizando as mesmas para um combate que será longo, violento e vitorioso, e a dedicar toda a nossa vida à causa imortal do comunismo!
O camarada Arnaldo Matos viveu, vive e continuará a viver na memória e no enorme coração da classe operária! Avançar a todo o vapor!
Honra ao camarada Arnaldo Matos!
Viva o Partido!
Viva o Marxismo!
Viva o Comunismo!
21Fev2021
A União da Juventude Marxista
Dar Voz a Quem Não Tem Voz
Oeste
Um exemplo de liquidação do SNS
Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra
Exmos Srs,
Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.
Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.
Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.