Partido
- Publicado em 18.09.2020
Começou o I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP!
Um Congresso da afirmação autónoma da classe operária!
1. No final da tarde de hoje, 18 de Setembro, entre as 18 e as 20 horas, e durante o dia 19 de Setembro, realiza-se o I Congresso Extraordinário do Partido, precisamente quando se comemoram 50 anos da fundação do PCTP/MRPP. Um Congresso que será, simultaneamente, uma evocação do empenho do seu fundador – o nosso querido e saudoso camarada Arnaldo Matos – em providenciar à classe operária um quartel-general livre da influência de revisionistas e toda a sorte de oportunistas, e um novo impulso revolucionário que assegure o devir histórico do proletariado em Portugal e no mundo.
2. Um Congresso onde o que estará em discussão é a refundação de um Partido Comunista Operário, na tradição do que levou à fundação, em 18 de Setembro de 1970, do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP). Um Partido que ao longo dos seus 50 anos de vida, foi temperado por duras e prolongadas lutas contra a burguesia e toda a sorte de oportunistas – revisionistas, trotsquistas, bloquistas, amarelos − um Partido que tem sido, sempre, um reflexo da luta de classes intensa que se produz na sociedade e de que ele é uma consequência e uma necessidade. Um Partido que pretende conferir à classe operária um papel autónomo e revolucionário, sem correntes a prendê-la à burguesia, condição que a tem levado a ser frequentemente utilizada como carne para canhão da classe que deve apear – a burguesia capitalista e imperialista.
3. Assaltado, ele próprio, por diversas cliques oportunistas que o foram desviando do seu foco estratégico – o marxismo – e da sua táctica revolucionária, os marxistas reunem-se em Congresso para retomar o princípio de que a classe operária não tem nação – um conceito que Marx considerava eminentemente burguês. Um princípio que passa por unir a classe operária em Portugal à classe operária em todo o mundo, porque para ela não existem nações nem fronteiras. Um Partido que tem por táctica a transformação da guerra imperialista já em curso, em guerra cívil revolucionária.
4. O Partido reune agora o seu órgão soberano – o Congresso - para que os seus militantes possam fazer os balanços necessários e, sobretudo, para que dele saia o reforço da Linha Política Geral do Partido que orientará todo o Partido até que este se volte a reunir, sob uma direcção que emirja da luta entre as duas linhas e obtenha o reconhecimento dos seus militantes e simpatizantes, precisamente pela derrota que inflige aos oportunistas que, por todos os meios, tentaram destruir o Partido, por dentro.
5. É para que se clarifiquem quais os caminhos que os marxistas, os comunistas, os operários e os seus aliados devem trilhar para que a Revolução seja bem sucedida, que também tem lugar este Congresso.
6. Um Congresso que será também um ajuste de contas com aqueles que tudo fizeram para o liquidar, tarefa de que foram incumbidos pela burguesia. Uma clique que aposta no fraccionismo, no divisionismo e na intriga, através da táctica oportunista do policentrismo, uma clique que quase levou ao estrangulamento financeiro do Partido desertando das mais básicas tarefas de administração e gestão de fundos e subvenções que tinham por obrigação gerir a favor dos interesses de classe que o Partido defende e representa, e com a frugalidade e honestidade que caracteriza a classe operária. Uma clique que, tendo os meios e os conhecimentos jurídicos para defender os interesses do Partido junto do poder judicial burguês, optou por não o fazer, desertando de forma miserável dessa tarefa.
7. Finalmente, este Congresso pretende virar o Partido para o futuro, para a necessidade de um Partido preparado para encabeçar os múltiplos combates que a classe operária e o povo vão ter de enfrentar, contra a exploração e as perseguições fascistas que se avizinham, por um Partido preparado para a Revolução Proletária Comunista.
8. A presença de um número significativo de jovens delegados, de uma equilibrada presença de mulheres, de operários, de estudantes, de trabalhadores de serviços, em comunhão com miltantes mais antigos e com grande experiência e histórico de luta, a par do recente esforço de reorganização do Partido em concelhos, distritos, zonas e sectores de onde havia quase desaparecido, são a garantia de que o PCTP/MRPP sairá deste Congresso mais forte, mais unido e , sobretudo, mais ciente das tarefas que lhe competem como Partido Comunista Operário, bem como da necessidade de se empenhar no estudo do marxismo e na construção de uma organização disciplinada, empenhada em conhecer e interpretar, a cada momento, a situação política envolvente, uma organização que saiba traçar o caminho para tirar dela proveito e ensinamentos para que a Revolução Comunista Operária seja uma realidade.
Lisboa, 18 de Setembro de 2020