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Partido

Revisionismo e Liquidacionismo

O nosso Partido nasceu de um movimento revolucionário proletário comunista no seio da classe operária portuguesa, forjado na luta de classes contra o fascismo, o colonialismo e o imperialismo, mas também contra o revisionismo soviético, o social- -fascismo e o social-imperialismo russos.

Do ponto de vista teórico, ideológico, político e organizativo, o nosso Partido nasceu e cresceu como um partido comunista operário marxista-leninista, de índole maoista, em guerra aberta contra o revisionismo soviético e a sua agência local, o partido revisionista e social-fascista de Barreirinhas Cunhal, hoje o PCP de Jerónimo de Sousa.

A luta contra o revisionismo é a matriz teórica, ideológica, política e organizativa do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP).

Ainda muito novo, insuficientemente implantado na classe operária e com evidente falta de experiência, o nosso Partido empenhou-se de alma e coração na revolução democrática burguesa do 25 de Abril de 1974, para a qual havia contribuído como uma das forças políticas principais, e tudo fez para conduzir os operários e camponeses na transformação da revolução democrática numa revolução socialista, sempre em luta contra o revisionismo e o partido cunhalista.

Com a derrota da incipiente revolução socialista portuguesa, derrota devida ao oportunismo revisionista e ao golpismo do partido de Cunhal, que tudo fez para substituir a aliança operária camponesa por uma aliança reaccionária com o Movimento das Forças Armadas, a revolução portuguesa entrou numa fase de refluxo, que afectou seriamente todas as forças e organizações operárias e populares, e, nomeadamente, o nosso próprio Partido.

Com esta fase de refluxo da revolução portuguesa vêm coincidir a implosão do sistema revisionista social-fascista e social-imperialista soviético, com a queda do Muro de Berlim, em 3 de Novembro de 1989, e a vitória da contra-revolução na República Popular da China, com a instauração do social-fascismo e do capitalismo monopolista de Estado, pela camarilha contra-revolucionária de Teng Tsiao Ping.

Tudo isso permitiu ao moribundo imperialismo ianque desencadear um ataque ideológico e político de grande envergadura contra o marxismo-leninismo, a classe operária e os povos oprimidos de todo o mundo, ponteado pelo livro que Francis Fukuyama publicou em 1999, com o título O Fim da História e O Último Homem.

Para o novo ideólogo do capitalismo e do imperialismo, a implosão do revisionismo social-fascista e social-imperialista soviético representaria a derrota do marxismo e a demonstração de que a luta de classes não seria o motor da história, que haveria necessariamente de conduzir ao comunismo, à sociedade sem classes. Não; a História acabaria agora, como a última sociedade possível: a sociedade da democracia capitalista liberal. Esta sociedade, para Fukuyama e os seus seguidores actuais, seria o estádio final do processo histórico.

Menos de dez anos depois da publicação do livro de Fukuyama, em 2007/08, o imperialismo sofria, sob a forma de crise financeira, a sua mais grave e profunda crise de sempre, da qual aliás ainda não recuperou, e que é responsável por um quadro de guerras mundializadas e cada vez mais mundializáveis, que são já o toque de finados, a assinalar o fim da era do capitalismo e do imperialismo, o fim da sociedade que Fukuyama afiançava ser a última: a tal sociedade da democracia capitalista liberal.

O ataque ideológico imperialista subsequente à implosão do sistema capitalista monopolista de Estado na Rússia soviética levou os partidos comunistas proletários – – pequenos em número e em efectivos –, e muitos comunistas marxistas isolados a reapreciarem em toda a profundidade o legado da obra de Marx, Engels, Lenine e Mao Tse--Tung, e a recolocar, a pouco e pouco, o Marxismo como a teoria inteiramente actual e válida, comprovada pela prática da luta de classes, teoria que tem de nortear a organização da classe operária em todo o planeta e conduzir à vitória da ditadura do proletariado e, posteriormente, à sociedade sem classes.

A luta teórica, ideológica, política e organizativa pela mobilização revolucionária do proletário, à escala nacional e mundial, e, antes de tudo, pela edificação do seu partido comunista proletário marxista-leninista, está de novo na ordem do dia e deve unir os proletários de todos os países.

Tal como quando surgiu, em 18 de Setembro de 1970, o nosso Partido continua a ter, como uma das suas duas principais tarefas em todos os domínios, a luta contra o revisionismo.

Esta luta foi abandonada pelo nosso Partido desde 1989, primeiro encapotadamente, depois cada vez mais às claras, chegando ao estado actual, em que a direcção bicéfala do Partido, constituída por um operário inculto e burocrata, e por um papagaio anti-comunista primário, não só nunca pronunciou uma única palavra contra o revisionismo, como se aliou descaradamente e sem vergonha com ele, aceitando a direcção contra-revolucionária do PCP e da Intersindical nas greves, concentrações e manifestações conduzidas pela escória revisionista e social-fascista.

Mas essa contra-revolucionária direcção bicéfala do Partido não se limitou a não denunciar, a não atacar e a conviver com o revisionismo, o que só por si já é um crime de lesa-proletariado; não, essa canalha dirigente anti-comunista e contra-revolucionária nunca fez qualquer divulgação da teoria marxista e da ideologia comunista nem entre os militantes do Partido, seus simpatizantes e amigos, nem entre a massa dos operários, dos explorados e dos oprimidos.

Essa canalha relaxada escondeu o marxismo e aliou-se ao revisionismo.

Mas não só!

Com efeito, os mesmos dirigentes que deixaram de lutar contra o revisionismo são também os mesmos que encabeçam a corrente liquidacionista dentro do Partido e no seio da classe operária.

Ora, a luta contra o liquidacionismo é a outra das duas tarefas teóricas, ideológicas, políticas e organizativas que constituem objectivo do ataque principal do nosso Partido à burguesia, ao capitalismo e ao imperialismo.

A corrente liquidacionista de Conceição Franco e Garcia Pereira é um fenómeno social mais profundo, que é urgente compreender em todas as suas determinações, porque está indissoluvelmente ligada ao espírito contra-revolucionário da burguesia liberal e à decadência e desagregação da pequena burguesia democrática. Revisionismo e liquidacionismo não são a mesma coisa, mas são correntes reaccionárias burguesas, frequentemente levadas à prática pelas mesmas pessoas.

Os liberais e os democratas pequeno-burgueses, que se juntaram à classe operária na fase ascendente da revolução, como companheiros de viagem, esforçaram-se – e esforçam- -se cada vez mais agora –, para desmobilizarem o partido comunista operário, para prejudicá-lo de toda a maneira e feitio, para derrubá-lo, para desorganizá-lo na sua estrutura e princípios de organização proletária marxista-leninista, para transformá-lo num partido virtual, organizado no terreno das redes sociais dos facebooks aos twiters, considerando que vivem já em plena liberdade democrática e que já não se justifica um partido comunista proletário marxista-leninista.

Os liquidacionistas da corrente encabeçada pela direcção bicéfala Conceição Franco/Garcia Pereira acham que o Partido deve limitar-se à faceta eleitoralista e parlamentarista, todo preparado para eleger o papagaio palrador para deputado à Assembleia da República, tachote de onde o papagaio poderia exibir o seu ego, suscitar o culto da sua personalidade e alimentar mais fartamente o seu escritório de advogados, que já vive em grande parte à custa do Partido, na medida em que o Partido é um excelente angariador de clientes para causídicos que precisam de apresentar-se como de esquerda: e que melhor atestado de esquerda do que o de militar no Partido de Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa?...

Aos comunistas e proletários interessam todavia muito pouco ou mesmo nada as pessoas dos liquidadores. O que interessa conhecer – e combater – são as ideias, os métodos, as práticas e o espírito do liquidacionismo, pois isso é que levou o Partido ao estado caótico e impotente em que se encontra hoje.

A tarefa que se põe aos comunistas e ao proletariado é muito árdua e difícil; trata-se de lutar em duas frentes ao mesmo tempo: contra o revisionismo e contra o liquidacionismo.

São as condições objectivas da luta de classes em Portugal, na presente situação, que impõem estas tarefas ao Partido. Não sou eu que as dito; são as condições objectivas que as prescrevem. Não julguem que se trata de uma questão pessoal; eu nunca perderia nem vos faria perder um só minuto do meu e do vosso tempo, se o que estivesse em causa fosse uma questão pessoal.

Eu nunca perderia – nem perco – tempo com papagaios e com meninas de Odivelas. O que me preocupa e deve preocupar-vos a vós é a situação política da classe operária portuguesa: o desemprego, os cortes salariais, a emigração forçada, a pobreza, a exploração e, acima de tudo isto ainda, a preparação teórica e ideológica do proletariado revolucionário para derrotar a burguesia, o sistema capitalista e o imperialismo, o que pressupõe construir um partido comunista operário que seja o estado-maior proletário na condução da revolução.

Por tudo isso, lutarei aqui, nestas páginas e no país inteiro, noite e dia, conjuntamente convosco, para liquidar o liquidacionismo, uma luta pelo partido comunista operário e pelo espírito de partido, contra a tendência liquidadora, sem nenhum compromisso ideológico, sem escamotear nunca as divergências ideológicas, estratégicas e tácticas que opõem os comunistas à corrente dos liquidadores.

Nós e os operários de vanguarda vamos pôr de pé o partido comunista operário, para fazer e dirigir a revolução.

Cerremos fileiras! O nosso inimigo é o liquidacionismo e o revisionismo. Não se preocupem com as pessoas, propriamente ditas. Preocupem-se com a corrente liquidacionista e liquidem-na nos campos da teoria e da ideologia, da estratégia e da táctica, da política e da organização.

Com o vosso apoio, tratarei em próximos artigos da luta contra o liquidacionismo em cada um daqueles campos.

Venceremos!

30.11.2015

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