Partido
Quem é Sandra Raimundo?
O nome não dirá obviamente nada aos nossos estimados leitores, mas pertence a uma cidadã que, nas últimas semanas, desatou a insultar pessoalmente o Partido e alguns dos seus militantes, nas chamadas redes sociais: no caso concreto, num facebook onde também militam alguns, senão todos, os membros do comité permanente do comité central agora suspensos.
Sandra Raimundo, a sandrinha da outra sandrinha nas correspondências trocadas em rede, é sobrinha de Domingos Bulhão, o responsável pelos dinheiros e contabilidade do Partido, actualmente sob investigação.
Ora, acontece que esta sandrinha também estava desempregada desde que regressara de França, e o tio, Domingos Bulhão, arranjou-lhe um emprego, a recibos verdes, na sede do Partido à Avenida do Brasil, em Lisboa, com certeza com o apoio do secretário-geral e dos membros do comité permanente suspensos.
O leitor já terá ouvido falar de nepotismo, que é o termo português utilizado para designar o favorecimento de parentes e amigos em prejuízo de outras pessoas mais qualificadas ou necessitadas.
Vejam só: o Bulhão e os seus amigos do comité permanente não procuraram um dos 700 000 trabalhadores desempregados, entre os quais mais de metade são operários, que estão sem subsídio de desemprego e sem nenhum apoio da segurança social, para o colocar na sede do seu partido comunista operário; não; foram dar emprego à sobrinha do Bulhão…
E, de passagem, notem mais um pormenor: foi contratada a recibo verde… O partido, que tem, como figura pública mais conhecida, um advogado que todas as semanas denunciava na televisão a ladroagem dos recibos verdes aos trabalhadores, tinha além da sandrinha do Bulhão, mais três empregados a recibo verde, um dos quais membro do próprio comité central!...
Quem é que alguma vez imaginaria que Garcia Pereira e Belmiro de Azevedo recorriam ao mesmo tipo de contrato fraudulento – o recibo verde – para com os seus empregados?!...
Quando o camarada Espártaco suspendeu o seu trabalho profissional para dedicar-se a ajudar o Partido a tempo inteiro, foi deslocada pelo comité central para assessorá-lo a sandrinha do Bulhão. O seu trabalho de assessora consistia na gestão da agenda, na gestão do escritório e no processamento de textos manuscritos do camarada.
Quando a sandrinha do Bulhão entrou na assessoria de Espártaco foi-lhe explicado qual era o horário de trabalho, atendendo a que a regressada de França foi apresentada como militante do Partido: entrada às 07H30 e sem hora de saída, pois trabalhar-se-ia enquanto houvesse trabalho para fazer, aos sábados e aos domingos também. Fosse como fosse, nunca se saía antes das 20H00.
Atendendo a que a sandrinha do Bulhão vivia com um companheiro – que se veio a saber ser um responsável da organização do PSD em Benfica!... – foi dispensada do trabalho nas tardes de sábado e nos dias de domingo.
Porém a sandrinha do Bulhão não aguentou duas semanas de trabalho!... Saiu numa sexta-feira, alegando que precisava de levar o companheiro ao médico, e nunca mais voltou, desertando do trabalho e do Partido…
Foi um alívio para Espártaco, que deixou de ter uma agente do PSD no controlo directo do seu escritório.
Agora, aparece no facebook das sandrinhas a explicar que teve de aturar um ditador durante duas semanas.
Pois é: são muito duras as tarefas de um comunista. Um comunista não tem, para o seu Partido e para a luta proletária, horário de trabalho. Trabalha a qualquer hora, noite e dia, e não tem muita hipótese de saber o que são férias.
Ora, se um Velho aguenta, porque é que não aguentam as sandrinhas?!
12.11.2015
Carlos Paisana
Director do Luta Popular Online
e membro do Comité Central