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PAÍS

A GREVE DOS TRABALHADORES DO SECTOR PÚBLICO
Não à Trégua e Oportunismo Eleitoralistas
Publicado em 16.03.2015 

GREVE 01Um largo sector dos trabalhadores da função pública realizou uma greve nacional no passado dia 13 de Março.

Ainda que sem números precisos e rigorosos fornecidos pelas direcções sindicais sobre os níveis de adesão em todos os serviços da função pública abrangidos por esta greve, a participação dos trabalhadores continuou a ser particularmente elevada naqueles sectores onde no passado e durante o insuportável consulado deste governo de traição nacional se tem registado uma maior combatividade: são os casos dos enfermeiros e dos médicos, dos bombeiros, dos funcionários judiciais, dos trabalhadores das finanças, dos trabalhadores da administração local, dos auxiliares das escolas.

Há a assinalar, no caso dos enfermeiros, que os lacaios de serviço na arbitragem do Conselho Económico e Social resolveram fixar, pela primeira vez, os serviços mínimos como os correspondentes ao do pessoal do serviço num domingo, o que significou a mobilização de um número de profissionais quase idêntico ao de um dia normal de trabalho, numa clara manobra para procurar liquidar o impacto da greve. Refira-se que este facto não foi sequer denunciado pela Intersindical.

Neste sector da saúde, o sinistro contabilista do Opus Dei, tendo-se destacado por arrasar o serviço nacional de saúde para mostrar serviço à Tróica e candidatar-se, como outros já o fizeram, a um tacho nesses antros, veio recentemente, numa desesperada manobra eleitoral, tentar desviar a atenção do rasto de crimes cometidos ao longo do seu mandato, com a contratação de alguns enfermeiros, em número manifestamente insuficiente e sem alterar em nada as condições de trabalho e de prestação condigna dos cuidados de saúde por estes profissionais de saúde.

Mas sobre esta greve, importa reflectir mais uma vez e, em particular na actual situação política, sobre os seus objectivos.

É que, desta vez, para além das reivindicações concretas que se prendem com a denúncia da política de roubo do salário, do trabalho e das pensões, pela semana das 35 horas e contra a liquidação do serviço público, a CGTP não só abandonou o seu tardio, tímido e envergonhado pedido de demissão do governo como colocou como objectivo político da greve uma alternativa de esquerda e soberana, isto é, uma mal disfarçada formulação da mesma palavra de ordem oportunista do PCP de um governo de esquerda e patriótico.

Ou seja, em lugar de não dar um minuto de tréguas ao governo de traição nacional PSD/CDS e intensificar a luta pelo seu derrubamento e do ignorante de Boliqueime, aquela central sindical mostra claramente o que foi sempre o seu papel: opor-se à radicalização da luta pelo derrube do governo e cavalgar o movimento operário para dele sacar mais uns votos e deputados para o PCP, sabendo-se que a única alternativa governativa a este governo de traição nacional só pode ser construída fora do âmbito estritamente parlamentar, através da constituição de um governo de ampla unidade democrática e patriótica e não, numa concepção redutora e oportunista, de um governo de esquerda (a integrar apenas pelo PCP e eventualmente pelo BE caso eleja deputados) e patriótico. Governo esse que ponha termo à austeridade, fazendo sair Portugal do euro, recusando o pagamento da dívida e aplicando um plano de desenvolvimento económico autónomo e independente.
Os operários e os trabalhadores em geral, os reformados e pensionistas, os desempregados, não podem aceitar que a sua combatividade e determinação demonstradas ao longo destes anos seja objecto de uma trégua eleitoral ou cavalgada com intuitos meramente eleitoralistas.


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