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PAÍS

A escandalosa situação dos contratados no Serviço Nacional de Saúde

Hospital de Vila Real:  Enfermeiros à espera de renovação de contratos
Hospital de Faro:  Funcionárias dos serviços de alimentação em final de contrato

O estado de emergência serve para confinar, encerrar, proibir, subsidiar, “layoffiar”, despedir e tudo o mais, mas não serve sequer para segurar o pouco que resta do SNS.

Por incrível que pareça, dia sim dia não, temos notícia de mais um conjunto de trabalhadores hospitalares com contratos não renovados por “falta de autorização” do ministério da saúde!

Agora foram os enfermeiros do Hospital do Lordelo, Vila Real, e as funcionárias dos serviços de alimentação do Hospital de Faro a receberem as notificações de fim de contrato. Como é possível que, na situação limite que se vive nos hospitais, se espere por renovações de contrato!?  Promessas de renovação de contrato fazem-se (mal seria que as não houvesse, no estado caótico em que estão os serviços!), mas as implacáveis cartas de final de contrato são na mesma enviadas. É a cobardia das administrações a vencer o sentido de serviço, perante a tirania do governo do Costa. A precariedade impõe-se às mortes!

Sim senhor, vêm muitos milhões, mas não é para isso. Para “compromissos” com trabalhadores, nunca! É “tornar a máquina pesada” e tudo menos isso: os patrões – no sentido literal do termo – não autorizam! E, já sabemos, mais tarde do que cedo, esta pandemia vai-se, e depois vem outra e tudo vai estar ainda pior do que está agora.

Há seis anos, a pandemia de gripe, para a qual já existia vacina, empanturrou as urgências e as enfermarias dos hospitais durante quase três meses e matou, nessa altura, 5500 pessoas em Portugal. Sabia-se que, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer outra vez o mesmo, ou pior. Fez-se alguma coisa? Fez-se: liquidou-se mais um pouco o SNS. Agora, nesse aspecto, repetem o mesmo caminho de liquidação.

Os (i)rresponsáveis, com a ministra à frente, vêm, impotentes, em lágrimas,   lamentar-se que os recursos não são elásticos. Faltam enfermeiros?  É verdade. Mas, de quem é a responsabilidade de, no ano passado, terem emigrado para Espanha metade dos enfermeiros que se formaram em Portugal? Neste momento, cerca de 20 000 enfermeiros foram empurrados a emigrar para o estrangeiro! Este governo exporta enfermeiros e outros profissionais de saúde!

E o que faz aos que estão a contrato? Despede-os, não lhes renova o contrato, paga-lhes mal, etc., etc..

Hoje, para os enfermeiros, o risco de ficarem desempregados, com a procura interna e externa que existe da sua força de trabalho, é quase nulo.  Contudo, muitos gostariam de continuar no hospital onde estão a trabalhar; porém, é quase certo que não vão ficar, devido à permanente insegurança em que são colocados, escolhendo outro país para trabalhar. Com esta situação, os lesados são os cidadãos servidos por esses hospitais, quer hoje, com os serviços saturados e com falta de tudo para atender todos os necessitados, quer amanhã quando houver camas, mas faltarem enfermeiros, médicos e auxiliares.

O ónus desta situação deve ser inteiramente imputado ao governo do fascista Costa e da incompetente Temido.

Fora com o Costa! Fora com o governo!
Por um SNS competente e eficaz!
Por um SNS sob a direcção da classe operária!

26Jan2021

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