PAÍS
- Publicado em 02.12.2020
Para que servem as vacinas?
Proteger cidadãos ou satisfazer accionistas?
A única certeza que poderemos ter quantos às anunciadas vacinas contra o Covid-19, é que as bolsas de acções em todo o mundo se agitaram como há muito não sucedia, o que levou a que as acções da empresas farmacêuticas mais cotadas nesta corrida – a PFIZER, a Moderna, a Astrazeneca e tantas outras – subiram em flecha, o que fez com que os accionistas dessas empresas vislumbrem já, mesmo sem ainda terem colocado uma única vacina no terreno, lucros fabulosos.
O certo, portanto, é que quem vai ganhar mais dinheiro é quem ganhou mais até aqui, nomeadamente Bill Gates e a sua mulher Melinda Gates e a farmacêutica Moderna. Como se esperaria, todos exigem o retorno das fabulosas fortunas que “generosamente” gastaram para assegurarem o seu domínio sobre a Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma organização cada vez mais mercenária, ao serviço dos grandes lobbies farmacêuticos cuja divisa é a de quererem estar ao serviço da população mundial o que, já se compreendeu, até pela deriva que patentearam ao longo de toda esta chamada crise pandémica, não passa de pura hipocrisia.
Com um preço estimado entre os 5 e os 15 euros cada dose de vacina e as duas doses que dizem necessárias para funcionarem, podemos ter um melhor entendimento quanto ao valor e a escala do negócio das vacinas quando multiplicado pela população mundial que é, nos tempos que correm, de 7,6 mil milhões de habitantes.
Para além de ter permitido que o mercado de acções voltasse a subir, o negócio das vacinas criou a expectativa de que a crise sanitária terá o seu fim em 2021. Só para se ter a dimensão real do “negócio do século”, atente-se à subida de mais de 20% do CAC, em Paris, desde o início de Novembro. Nos Estados Unidos, o FANG – índice das principais empresas tecnológicas – mais do que duplicou. É este o verdadeiro efeito que o frenesim mediático em torno das vacinas tem tido.
Conclusão, as vacinas estão a resolver os problemas dos mercados de acções, enquanto novas ajudas, vitais e imediatas, estão a ser consideradas pelos economistas – tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos e noutras zonas do planeta – para, por um lado, fazerem face ao plano e “reinicialização” do sistema capitalista (o famigerado “Big Reset”) e, por outro, fazerem face à crise pandémica que exponenciou a crise económica e social que já estava a levar o sistema capitalista ao total colapso.
Em Portugal, um governo absolutamente inepto e que vagueia numa deriva criminosa desde que a crise pandémica se instalou no país, havia elaborado o seu Plano 20/30, que nunca funcionou, nem sequer consegue dar resposta à chamada primeira vaga, quanto mais à segunda. Por este andar, se ocorrer uma terceira vaga, ainda muito menos estará preparado.
Veja-se o atraso do planeamento de distribuição de vacinas. Apesar do anúncio de aquisição de 22 milhões de doses, compradas mesmo antes de serem aprovadas, o Plano de Vacinação ainda não está pronto. Ainda por cima, uma das vacinas mais adquiridas – a da PFIZER (mais de 4 milhões de doses) – exige uma logística arriscada e complexa, pois obriga a uma refrigeração a 70 ou 80 graus negativos. O que, para que melhor se entenda, implica que a maior parte da rede de Centros de Saúde do país, não está habilitada a cumprir as condições de armazenamento exigidas nem a constituir-se como o principal polo de vacinação do país.
Não somos contra a vacinação ou as vacinas. A humanidade criou e desenvolveu vacinas que foram marcos importantíssimos na qualidade e no aumento considerável da idade média de sobrevida. Nessa perspectiva, se as vacinas que estão programadas para contrariar a infecção por Covid-19 vierem a ter o resultado e eficácia anunciados, tanto melhor.
Mas, temos presente, exemplos como os da Suécia. Muitos suecos perderam a confiança nas vacinas desde a epidemia de influenza A em 2009, quando centenas de jovens desenvolveram narcolepsia após serem injectados. É por isso que na Suécia está fora de questão ser vacinado com um soro desenvolvido à pressa. Desde uma vasta campanha contra o H1N1 em 2009, muitos suecos não confiam mais nos antídotos, incluindo aquele contra o Covid-19. E os operários e os trabalhadores portugueses, que vivenciaram experiências idênticas, também deveriam desconfiar.
Os suecos não esquecem – e nós devemos relembrar – que há onze anos atrás, as autoridades de saúde locais apelaram para que estes se deixassem vacinar voluntariamente contra a gripe suína, com o Pandemrix produzido pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline. Mais de 60% da população, ou quase seis milhões de pessoas, atendeu à chamada. Um recorde mundial num país onde nenhuma vacina é obrigatória. E, o resultado é aquele que acima se denuncia. Num país avançado, com uma população muito idêntica à de Portugal.
O quadro é, pois, o seguinte. Diante de um vírus que se espalha de formas impossíveis de conter, camiões de dólares e euros são doados aos laboratórios privados. Estes últimos fabricam vacinas supostamente eficazes, mas cuja eficácia será conhecida apenas após as vacinações em grande escala, pois esses laboratórios não têm os seus resultados verificados, ao contrário do que é costume, pela comunidade científica, mesmo que tenham assinado cláusulas contratuais que prometem fazê-lo... depois!!!
Para além disso, essas vacinas não serão suficientes para combater o vírus e, muito provavelmente, não irão imunizar (?) no longo prazo. São produzidas por empresas das quais a pelo menos uma é apontado o dedo por causa dos seus accionistas. Eles serão os beneficiários da operação e isso é normal. Estamos a esquecer-nos de algo? Ah sim... essas vacinas talvez pudessem modificar geneticamente os humanos, criando HGM como se fossem OGM.
A questão reside também no facto de as vacinas anunciadas estarem a ser lançadas em tempo recorde, o que faz prever uma surpresa muito desagradável e, sobretudo, potencialmente mortal. Não podemos deixar de referir o que sucedeu com o TAMIFLU, uma “vacina” que a Roche, com o beneplácito de uma certa elite médica e científica, “convenceu” os governos a comprar milhões de doses a preços exorbitantes e que se veio a revelar um autêntico filme de terror sanitário. Em Portugal, o bom aluno de sempre, além dos danos sanitários provocados, pagou-se 6 mil euros para incinerar 23 milhões de doses que custaram 21,7 milhões de euros extorquidos à classe operária.
Tal como nessa época, a alegria planetária a que agora assistimos, deve-se mais aos recordes históricos que se revelam em todos os mercados, da Bolsa de Valores de Atenas a Wall Street. Atente-se ao índice de medo VIX de Wall Street, que caiu de 40, no final de Outubro, para 23, uma queda significativa de 45%. Isto significa que o colapso poderá não ocorrer em 2021, mas que a economia capitalista em todo o mundo estará seguramente mais permeável ao problema do hiper-endividamento irremediável, ao surgimento de novos cisnes negros, crises políticas ou geopolíticas internas e levantamentos sociais.
Especialistas e institutos especializados na matéria – como o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) – calcularam que as dívidas mundiais devem chegar a 277 biliões de dólares até ao final de 2020. No final do terceiro trimestre de 2020, a dívida agregada dos países desenvolvidos era de 432% do PIB, contra 380% no final de 2019. Quando, para os chamados países emergentes o rácio se aproxima dos 250% e a China, dos 335%. Ou seja, as bolsas que agora estão em alta, eufóricas com os ganhos à custa das vacinas, gozam com o futuro, esquecendo que as dívidas são impagáveis. É muito provável que se saia da crise sanitária em 2021. Mas não das dívidas monstruosas, nem da criação monetária insana que se regista por todo o lado no mundo.
Num jogo de roleta russa os ingleses aprovaram hoje o uso da vacina da PFIZER a partir da próxima semana. A Agência Europeia do Medicamento prepara-se para fazer o mesmo no fim do mês. O Infarmed nem se quer fazer ouvir. A credibilidade científica das agências estatais já não lhes interessa. Os métodos tirânicos estão na calha. As consequências dos erros são para cair sem dó sobre o Povo.
Num quadro destes seremos sempre contra a obrigatoriedade da administração da vacina. Opomo-nos à imposição de um “passaporte sanitário”. Opomo-nos à chantagem que já se faz sentir de que quem se opuser à vacinação perderá a sua liberdade de acesso a empregos nos serviços do Estado ou de circulação, mormente no espaço europeu, mas não só. Tanto mais quanto não estão asseguradas as condições de segurança que só ensaios clínicos mais abrangentes podem fazer. Basta voltarmos à questão das vacinas que têm sido uma bandeira na história da saúde pública mundial. Anos de investigação, centenas de milhares de voluntários, mesmo milhões, a disponibilizarem-se para ensaios clínicos de Fase IV, monitorização por entidades verdadeiramente independentes e não capturadas pelos lobbies da indústria farmacêutica como é o caso da OMS.
02Dez2020
LJ