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PAÍS

Aprovada lei fascista que obriga ao uso de máscara – afinal quem são os “negacionistas”?
Proposta por um partido que não possui quaisquer pergaminhos democráticos de assinalar, o PSD, e com os votos a favor do proponente, do PS, do CDS e do PAN, a abstenção do PCP, BE, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira e o voto contra – mais por tacticismo do que por convicção – do Iniciativa Liberal, foi aprovada hoje, dia 23 de Outubro, na Assembleia da República, uma lei verdadeiramente iníqua, fascista, privativa da liberdade dos cidadãos. Uma lei que prevê multas de 100 a 500 euros para os prevaricadores e que, para já, deverá ser aplicada de forma temporal, durante os próximos 70 dias. 
Uma palavra para denunciar vivamente o oportunismo dos revisionistas e social-fascistas do PCP e de todos aqueles que se abstiveram e que, respaldados em “questões técnicas” – quando a questão é eminentemente política – decidiram, uma vez mais, utilizar essa figura absolutamente cobarde e anti-popular, da abstenção.
Alertámos vezes sem conta para o facto de que a burguesia e os seus partidos – incluindo aqueles, ou sobretudo aqueles, que se reclamam da esquerda –, iriam adoptar medidas cada vez mais gravosas contra os operários e os trabalhadores em geral, utilizando de forma astuciosa a promoção da ideia de que adoptariam tais medidas fascistas porque os cidadãos teriam manifestado “comportamentos desadequados” face à crise pandémica. 
A burguesia, o governo e os partidos que representam os seus interesses, aconteça o que acontecer, estão a atirar as culpas de uma suposta “segunda vaga” sobre aqueles que resistiram às medidas de confinamento e se recusaram a estar sob prisão domiciliária. Sabem, aqueles horríveis assassinos de avós que ousam opor-se às ordens de encerrar os seus pequenos negócios muitos deles quase totalmente dependentes de grandes empresas que exploram o seu trabalho indirectamente ou a todos aqueles que nada mais possuem do que a sua força de trabalho para vender, isto é, todos aqueles disseminadores de doenças odiosos que recusam categoricamente o desemprego forçado?!
Em Março, quando Costa, todo ufano e arrogante, decidiu impor o confinamento a toda a população, para além de denunciarmos que em nenhum Manual Médico estava inscrita esta proposta sanitária e termos demonstrado, à saciedade, que quando ela foi adoptada, na Idade Média, deu resultados catastróficos, acusaram-nos de pertencer à fileira dos “negacionistas”.
Volvidos 6 meses, com a Organização Mundial de Saúde – que sempre a tinha aconselhado – a recuar miseravelmente no apoio ao confinamento e a aconselhar os Estados e não recorrer mais a esta medida, quem são, afinal, os “negacionistas”? É ver António Costa, agora, a explicar as virtualidades do não confinamento, com a mesma convicção com que, há apenas seis meses atrás, defendia exactamente o contrário, classificando de irresponsáveis e criminosos aqueles que se opunham a tal medida.
Os contornos gerais da narrativa foram plantados com a cobertura mediática em torno do crescente movimento anti-confinamento. Tal como aconteceu com a tentativa de impor a aplicação da app Stayaway Covid e, agora, o uso obrigatório de máscara no exterior, obrigatoriedade que merece uma cada vez maior contestação a nível mundial, quer por parte de cientistas e médicos quer, sobretudo, por parte das massas populares, operários e trabalhadores, mas também crianças, pais e idosos. 
O que se pretende com o gel hidroalcoólico, a máscara, os gestos de barreira e também o rastreio sistemático, é impedir que os operários e os outros trabalhadores vejam com clareza que o que se pretende é deixar andar o mercado – nacional e mundial – e, ao mesmo tempo, submetê-los a uma ordem totalitária. 
Este vírus coroado que designamos como coronavírus, quere-se que consagre o triunfo de um sistema capitalista e torne qualquer outro sistema de valores obsoleto. Faz-se com que o medo de viver não cubra integralmente os custos o que leva a burguesia a reavivar um outro medo, o medo de morrer, para impedir os operários e os trabalhadores de reflectir. Ou seja, abrem e depois fecham a torneira para que a sede de lixo seja despertada, renovada, ressuscitada. Consumir para não se sentir consumido pelo medo. Nada de ilusões! Todos vamos morrer. Não se sabe quando, mas a burguesia sabe como... afogando quem trabalha em números e palavras!
Mas, vamos aos factos sobre as “virtualidades” da Máscara. É a própria marca CE – que significa “Comunidade Europeia” – que coloca um selo em produtos à venda na Comunidade Europeia a garantir a sua qualidade, como são as máscaras que agora pretendem obrigar-nos a usar, que faz notar que as ditas máscaras são anti-bacterianas, não mencionando, em qualquer momento ou circunstância, que as mesmas são anti-virais. Ora bem, isso significa que é a própria CE que considera que essas máscaras, classificadas como descartáveis, podem eventualmente proteger contra bactérias, mas nunca contra o coronavírus! Porque, quanto às “reutilizáveis” o caso muda de figura... para pior o quadro!
E isto porque, como explicam cientistas e médicos que não se deixaram sequestrar pelos governos que apostam em medidas fascistas e limitadoras da liberdade das massas populares, os pequenos orifícios existentes nas ditas máscaras cirúrgicas, apesar de permitirem, dada a sua dimensão, a respiração do seu utilizador, impedem as bactérias mas, quanto aos vírus, que são muito menores que as bactérias, esses não são travados pelo uso desse tipo de máscaras.
Além disso, existem muitas condições para a alegada máscara “cirúrgica” (descartável) ser "eficaz". Essas condições, muito irritantes, obviamente não são todas respeitadas pela maioria dos seus utilizadores. Em particular, é bastante óbvio que os operários e os trabalhadores mais pobres não trocam de máscara a cada quatro horas como é recomendado, pelo contrário, usam-na por vários dias seguidos. Quando não é por várias semanas.
Embora sejam cada vez mais as pessoas que coloquem uma máscara, o vírus circula cada vez mais há um mês. Exponencialmente, dizem-nos na televisão. Essa é uma prova de que a máscara usada pela população em geral é totalmente ineficaz contra o coronavírus. Mas, se é assim, então porque se insiste no uso de um artefacto que, para além de não aportar nenhum benefício sanitário, ainda pode potenciar danos para a saúde pública?
Desde logo, porque permite ao governo avaliar o nível de obediência das massas populares. Permite, além do mais – conjugada com outras medidas igualmente fascistas, decorrentes da imposição de confinamentos, estados de emergência e/ou de calamidade – desmantelar qualquer possibilidade de levantamentos ou sublevações populares face ao agravar das condições económicas para quem trabalha, agravamento que resulta de uma crise económica que há muito se desenvolvia e que, agora, foi agravada pela crisa sanitária, devido às medidas que a burguesia e os seus governos, decidiram aplicar.
Com a lei hoje aprovada, o poder tenta explicar a circulação exponencial do coronavírus de outra maneira, apesar do uso generalizado da máscara. Ele diz-nos que são as reuniões de família que o espalham. Como se as pessoas se estivessem a reunir com familiares há apenas um mês. Como se eles não estivessem a fazer isso antes! Esta explicação não é válida.
.../...
Não existe nenhuma razão para ter medo e a máscara é um incómodo completamente desnecessário, até prejudicial. O que a classe operária e os trabalhadores devem fazer é opor-se, de forma determinada, à imposição fascista de medidas que não visam o seu bem estar ou saúde mas, tão só, submetê-lo e criar um clima de medo e paralisia que os levem a abandonar – ainda que temporariamente – a sua luta pelo fim da exploração assalariada e do modo de produção capitalista que lhe está associado.
23Out2020
LJ
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