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PAÍS

A Revolta de Lisboa

Os actos que se seguiram ao assassinato a tiro de Odair Moniz, de 43 anos, por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura – nomeadamente as mentiras evidentes das comunicações públicas da PSP e o assalto policial à residência do assassinado na aparente tentativa de encontrar provas de actividades criminosas – revelaram um nível de alienação próprio de forças policiais de um Estado burguês em processo de fascistização. Funcionam como um corpo separado e acima da sociedade e que lhe impõe uma dada “disciplina” a todo o custo. Supostamente à “sociedade”, mas, na realidade, apenas a uma parte da sociedade, ao proletariado.

O caso gerou uma grande revolta no povo do bairro do Zambujal, onde a vítima morava, e estendeu-se a vários bairros da região de Lisboa, com muitas pessoas a lançar pedras aos polícias, a atear incêndios na rua, a incendiar caixotes do lixo, carros e autocarros e a atirar cocktails molotov. Em Sintra, foi arremessado um objecto contra a esquadra da PSP de Casal de Cambra. Face ao desenvolvimento dos acontecimentos, a poucos restam dúvidas de que, no meio da confusão, houve agentes infiltrados a actuar com vista à desmoralização da revolta.

Depois do Costa temos agora o Montenegro a cumprir com os seus pares o papel que a história reserva a servos de uma tirania. Face à revolta popular, toca de reler a toda pressa os manuais colonial-fascistas da contra-insurgência, e a tomar as medidas neles preconizadas. Primeiro realizar reunião com “todas” as associações actuantes no terreno, as policias e restantes autoridades para “saber” quais os problemas que “as partes” enfrentam e “as soluções que preconizam”. Depois emendar a mão quanto ao suporte incondicional à conduta policial, anunciando que não serão permitidos abusos (conversa para enganar tolos, claro). A seguir a visita de Marcelo, envolta em secretismos. Depois já sabemos o que virá: confinamento das populações, militarização do policiamento (agora de “proximidade”), junto com rebuçados e vivas ao regime, e por aí fora.

O povo começa a fartar-se do regime policial imposto pela burguesia, hoje com marca PSD/CDS, antes com marca PS, mas sempre tirania. E, por isso, legitimamente se revolta. Nós, comunistas e revolucionários, só podemos estar ao lado do povo revoltado. E pegar fogo ao poder capitalista e fascista...

pctpmrpp

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